terça-feira, abril 26, 2011

RIO



Ultimamente tenho evitado ver esses desenhos animados lançados nos cinemas. A não ser pelo último Miyazaki, nem mesmo os tão aclamados últimos exemplares da toda-poderosa Pixar me apeteceram. Aí fico achando que estou virando um velho chato que não vê mais graça em desenho animado, que não consegue gargalhar como o sujeito da cadeira do meu lado gargalhava. Mas parece que era só ele. Não sei se era impressão minha, mas dessa vez eu não senti no ar aquela sensação de alegria diante do que estava na tela. Talvez por culpa daqueles óculos 3D que atrapalham na hora de ver a reação da plateia.

Infelizmente RIO (2011), dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha, da trilogia A ERA DO GELO (2002, 2006, 2009), é mais um a engrossar a lista de filmes que devem agradar aos outros e não a mim. Se bem que no caso de RIO, a recepção até que está sendo um pouco mais morna por parte da crítica. Talvez agrade mais às crianças. Mas, como preferi ver o filme numa sessão legendada, só havia adultos. Inclusive, havia uma senhora que deveria ter uns noventa anos de idade. Pelo menos, o uso dos recursos 3D no filme não é exagerado, é bem discreto. Aliás, que bela jogada essa desses executivos, hein. Fazer a gente pagar mais por um filme que poderia ser visto quase sem nenhuma diferença em 2D!

As ararinhas são simpáticas e devem despertar um pouco da ternura perdida nos dias de hoje. Mas se por um lado os bichinhos são bacanas, a construção do vilão, o pássaro branco que trabalha para os bandidos do morro, é muito ruim. A Disney já fez melhores, mas vai ver o problema é que aqui não é a Disney. Os desenhos animados de antigamente (PINÓQUIO, BAMBI, PETER PAN, A BELA ADORMECIDA) tinham uma aura de mistério e terror que parece que atualmente não se tem mais coragem de fazer. Aí, tudo fica insosso. E o carnaval do Rio, bem, até que foi bem retratado, ainda que tenha faltado uma panorâmica de cima para mostrar o tamanho de uma escola de samba. E Jesse Eisenberg ficou ótimo como dublador do Blu.

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