terça-feira, abril 10, 2007

UM BEIJO A MAIS (The Last Kiss)



Acho que eu já fui para a sessão de UM BEIJO A MAIS (2006) com uma certa má vontade. Afinal, eu adoro o original italiano - O ÚLTIMO BEIJO (2001), de Gabriele Mucino - e, pra começar, a versão americana não tinha uma mulher que rivalizasse em beleza e encantamento com a maravilhosa Giovanna Mezzogiorno. Aliás, uma pena que os filmes dela não chegam aqui no Brasil. Que eu saiba, além de O ÚLTIMO BEIJO, só o ótimo A JANELA DA FRENTE chegou ao circuito comercial. Pelo menos a super-produção O AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA deverá chegar aos nossos cinemas.

Bom, o fato é que o filme de Mucino, além de me deixar apaixonado pela Giovanna (entrei até numa comunidade do orkut de adoradores dela), me fez chorar um bocado. Por aquela mulher, eu faria qualquer sacrifício. Já no filme americano, eu achei que o cara se humilhou demais pra continuar com a sua noiva e se redimir dos seus erros, que nem foram tão graves assim - o homem é muito fácil de cair nos encantos de uma bela mulher e as mulheres deviam dar um desconto. ;) Na refilmagem, podiam ao menos ter escolhido uma atriz mais bonita e mais atraente. Essa Jacinda Barrett é meio sem sal, apesar de ser mais bonita que a garotinha que fez o personagem de Zach Braff cair em tentação. Além do mais, o escândalo que ela fez quando descobriu a traição pareceu mais coisa de mulher italiana (ou brasileira) do que de americana.

Quanto ao Zach Braff, suspeito que ele foi escolhido para o filme por causa de seu papel na comédia "existencialista" HORA DE VOLTAR (2004). Ele funciona bem nesse tipo de filme, pois tem um olhar distante. Em UM BEIJO A MAIS, ele é um sujeito de trinta anos que está perto de se casar e cuja noiva engravidou. Eles decidem apressar o casamento por causa da chegada do bebê, mas a expectativa diante do casamento acaba por deixar o rapaz apavorado. A mudança drástica do casamento e o fato de que a sua vida não terá maiores surpresas depois de casado - é verdade isso? - mexe com ele. E justo quando ele está nessa situação surge uma jovem moça muito simpática que dá em cima dele e o convida pra sair. Ele sabe que pode se arrepender, mas ainda assim aceita o convite da menina, deixando a noiva grávida em casa. O filme também apresenta os seus amigos, um grupo de jovens também perto da casa do trinta anos que também têm os seus problemas.

Talvez o fato de eu já saber da história toda tenha tirado boa parte da graça de UM BEIJO A MAIS, mas acredito que a culpa maior está na direção pouco inspirada de Tony Goldwyn, diretor que tem mais experiência na televisão do que no cinema e cujo filme mais famoso é uma comédia romântica fraquinha chamada ALGUÉM COMO VOCÊ (2001). Engraçado que tanto o original italiano quanto a refilmagem têm uma tendência a valorizar o matrimônio e a mostrar a traição como algo perigoso. O filme acaba parecendo um aviso para os marmanjos que estão numa relação boa e estável a não pularem a cerca. Um bom momento do filme é quando toca "A warning sign", do Coldplay".

P.S.: Ah, antes que eu me esqueça de novo: não deixem de conferir a nova edição da Zingu, de número 7. O destaque desse mês é o dossiê Carlos Imperial, o cara responsável pelo início da carreira do Rei. Só que o Imperial fez bem mais do que mostrar o Roberto Carlos para o mundo. Não deixem de conferir. Só o editorial do Matheus já mata a pau.

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