quarta-feira, abril 25, 2007

A COLHEITA DO MAL (The Reaping)



Engraçado como é comum uma atriz - ou às vezes um ator também - ganhar um Oscar e começar a fazer um monte de filmes ruins. Claro que existem exceções, mas aí a gente se lembra do recente filme da Halle Berry ou do que a Angelina Jolie fez depois de ganhar a sua estatueta que logo tentamos estabelecer uma maldição. Mas se formos olhar bem até que não são tantos os casos assim. Por outro lado, não deixa de ser saudável para um intérprete poder variar e fazer filmes de gênero e poder arriscar de vez em quando - atualmente uma das atrizes que mais arriscam é a Nicole Kidman. Mas ter um pouco mais de bom senso para não pegar roteiros tão toscos como o de A COLHEITA DO MAL (2007) não faria mal.

A COLHEITA DO MAL é mais um filme da Dark Castle, produtora de Robert Zemeckis e Joel Silver especializada em horror. A companhia nasceu com a intenção de fazer filmes parecidos com os de William Castle, mas acabou quebrando a cara com produções ruins ou medíocres como A CASA DA COLINA, 13 FANTASMAS, NAVIO FANTASMA e NA COMPANHIA DO MEDO. Com sorte, eles fizeram um bom filme, que foi A CASA DE CERA, mas já voltaram a fazer besteira com esse título estrelado por Hilary Swank.

A premissa é até interessante e vendo o trailer dá vontade de assistir o filme. Na trama, uma especialista em desmascarar supostos fenômenos paranormais ou milagres é chamada para investigar estranhos acontecimentos numa cidadezinha do estado de Louisiana. O lugar, aparentemente, está sofrendo das mesmas pragas descritas no livro de Êxodo e quem está espalhando esse mal é uma garotinha. Assim que ela chega na cidade, a água do pântano já havia se transformado em sangue e não demora para começar a chover sapos.

Incomodam no filme a edição picotada estilo videoclipe, a câmera treme-treme e a fotografia de cores saturadas. Nem parece que quem dirigiu foi o mesmo Stephen Hopkins do premiado VIDA E MORTE DE PETER SELLERS (2004) e do ótimo A SOMBRA E A ESCURIDÃO (1996). Hopkins também teve o mérito de ser um dos idealizadores da série 24 HORAS, onde trabalhou bastante durante a primeira temporada. Pra piorar, além de todos esses problemas e da já citada estória mal escrita, temos de agüentar um monte de sustos-clichê que não funcionam em momento algum e uma conclusão completamente idiota e manjada. O coitado do Stephen Rea ficou com um papel bem descartável, como um padre que vê a foto da personagem de Hilary aparecendo queimada. Se a intenção era homenagear A PROFECIA, duvido que alguém tenha gostado de tal homenagem. Salvam-se os efeitos especiais da praga de gafanhotos. E só.

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