segunda-feira, agosto 11, 2003

VIAGEM A SALVADOR E KAMCHATKA



Cheguei ontem de Salvador. Como o dinheiro tá cada vez mais raro, tive que economizar bastante. Foi uma viagem normal, mas bem legal. O curso foi bom. Só achei meio chato no começo, que tive que ler sentenças judiciais. Um saco essa linguagem de advogado. Me dá logo sono.

Gostei do hotel em que o curso se realizou no segundo dia: o Hotel Tropical, cinco estrelas, onde ficou hospedado o Michael Jackson. Chique o negócio, hein? hehehe..Já o hotel que eu fiquei, passa longe de ser chique. Hehehe. Mas é bem localizado, lá na ladeira da Barra.

Filmes, só vi um mesmo. O argentino que eu tinha deixado passar aqui em Fortaleza.

Nas três noites, fui para o Shopping Iguatemi de lá, que é grande e fácil da gente se perder. Sempre que entro lá, me perco.

Infelizmente não deu pra eu me encontrar com o Chico Fireman. Até falei com ele por telefone na sexta, mas no sábado não consegui entrar em contato com o homem. O celular não atendia e ele não estava em casa. Fica pra próxima, então.

Mesmo sem poder gastar, ainda gastei com um sapato, e no aeroporto, levei EVANGELION #16 e DYLAN DOG # 9. Aliás, DD tá ficando ruim pra caramba, hein. Nesse último número, a edição faz uma homenagem à PSICOSE, de Hitchcock, com participação de Norman Bates e tudo. Hehehe.. A personagem Marion Crane aparece com o nome de Janet Crane (mistura de Marion Crane com Janet Leigh, a atriz que morre no chuveiro no filme). Até parece que é boa, mas não é.

Legal ter conhecido dois sujeitos muito bacanas no curso:

- John é um maranhense que mora em Salvador há 12 anos e que até hoje não conseguiu se adaptar à cidade. Sonha em morar em Fortaleza. Puxei conversa com ele quando vi ele lendo revista em quadrinhos. Gente que gosta de comics só pode ser legal. Conversamos sobre quadrinhos Marvel e DC anos 80, cinema americano antigo e rock and roll.
- Luiz era o sujeito engraçado do curso. Fui às compras com ele no shopping. Ele ainda me chamou pra eu conhecer o Morro de São Paulo, perto de onde ele mora, que dizem ser um dos lugares mais bonitos da Bahia. Mas com grana curta, a gente fica sem disposição pra esse tipo de turismo.

Lá em Salvador há várias salas dedicadas ao circuito de arte, onde dá pra se ver filmes alternativos por preços até legais. Aqui infelizmente só tem o Espaço Unibanco e as mirradas sessões de arte, que custam bem caro.

Vou falar um pouquinho do filme argentino agora.

KAMCHATKA

Não sei como é que eu tinha deixado passar um filme tão legal quanto esse de Marcelo Piñero. Talvez por não ter gostado tanto assim do filme anterior dele, PLATA QUEMADA, que era uma espécie de "Bonny e Clyde gay". KAMCHATKA mostrar que o diretor tem uma puta habilidade de construir boas imagens, bons diálogos, emoção. O elenco é claro que ajuda: Cecilia Roth (TUDO SOBRE MINHA MÃE, UMA NOITE COM SABRINA LOVE), Ricardo Darin (O FILHO DA NOIVE, NOVE RAINHAS) e as duas crianças do filme, todas excelentes. Acho que esse é o melhor filme do ano no quesito interpretações. É tudo feito com extrema delicadeza, sem exageros nas seqüências dramáticas, mas ainda assim extraindo uma sensibilidade que leva às lágrimas. A história fala de uma família que é perseguida pelo regime militar da Argentina e que se esconde numa casa de campo. Muito bonito o amor materno de Cecilia Roth, a atenção do pai e do avô da criança, a família unida em momentos atribulados. Ajuda o filme ter toda essa atmosfera terna o fato de ser narrado pelo garoto. E que final! Que imagens! Excelente. Uma grata surpresa. É o melhor filme argentino que eu já vi. E um dos melhores filmes do ano. Imperdível.

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