segunda-feira, dezembro 26, 2016

SULLY - O HERÓI DO RIO HUDSON (Sully)























Clint Eastwood tem se tornado o grande cronista da História americana do cinema contemporâneo. Seus últimos filmes trataram de histórias reais. J. EDGAR (2011), JERSEY BOYS – EM BUSCA DA MÚSICA (2014) e SNIPER AMERICANO (2014) juntam-se agora a uma outra história: a do piloto Chesley ‘Sully’ Sullenberg, que ficou mundialmente famoso por livrar da morte 155 passageiros e membros da tripulação, através de um pouso forçado no Rio Hudson, poucos minutos depois de decolar de um dos aeroportos de Nova York.

SULLY – O HERÓI DO RIO HUDSON (2016) infelizmente chegou aqui em um momento particularmente triste para os brasileiros: poucos dias após o desastre que vitimou dezenas de pessoas ligadas a um simpático time pequeno mas com uma escalada de vitórias digna de um filme, a Chapecoense. Aliás, há um filme americano que conta uma história semelhante: SOMOS MARSHALL, de McG.

Mas o filme de Eastwood não trata de uma tragédia, mas do feito heroico de um homem comum, que realizou algo considerado um milagre para os americanos, que vinham de uma fase cheia de notícias ruins. E, diferente de SNIPER AMERICANO, que trazia um herói mais problemático e controverso, principalmente por ser um homem que matou a tantos em guerras perturbadoras, o herói de Sully é representativo daqueles heróis antigos, como os mostrados em filmes estrelados por Gregory Peck ou Gary Cooper. Por isso, ninguém melhor que Tom Hanks para assumir o papel.

Ainda assim, há algo no filme que parece não funcionar muito bem. Talvez seja a história que é muito curta (e em determinado momento ela se repete, inclusive), ou tenha faltado uma mão mais firme do diretor para lidar com o drama do personagem acuado por um grupo de peritos da NTSB (Departamento Nacional de Segurança no Transporte), que supõe que o piloto colocou a vida dos passageiros em risco ao tomar a decisão de pousar na água, já que é muito raro que um pouso nessas condições não resulte em tragédia.

SULLY está mais para um filme correto, bem realizado, com um elenco muito bom e outras tantas qualidades, mas que falha em não conseguir atingir o espectador com mais força, como em tantos outros filmes o cineasta soube fazer tão bem, a ponto de ser considerado por muitos como o maior dentre os diretores americanos vivos. Além do mais, talvez a simplicidade do roteiro tenha prejudicado um pouco o resultado final. Ainda assim, é desses filmes que se veem com prazer e que é bastante coerente com a filmografia do autor.

Aliás, o próximo filme de Clint contará outra história real de um homem comum que salva pessoas e que é injustamente transformado em vilão pela imprensa. É algo a se pensar sobre o que o nosso velho e querido caubói está querendo dizer com essa série de filmes de temáticas semelhantes.

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