quinta-feira, fevereiro 04, 2016

MOZART IN THE JUNGLE - A SEGUNDA TEMPORADA COMPLETA (Mozart in the Jungle - The Complete Second Season)



A segunda temporada de MOZART IN THE JUNGLE (2015) foca mais no personagem do maestro Rodrigo DeSouza, vivido por Gael García Bernal, do que em Hailey, vivida por Lola Kirke. Mas se por um lado isso é motivo para se reclamar, já que quanto mais Lola em cena melhor, Rodrigo se torna um personagem cada vez mais cativante. Se na primeira temporada ele era apenas um maestro um tanto biruta e excêntrico, nesta segunda ele ganha em profundidade. O fato de sabermos um pouco mais sobre o seu passado, como o histórico envolvendo sua ex-mulher louca, e até visitarmos sua terra natal, na Cidade do México, contribui bastante para isso. Podemos dizer, então, que Gael assumiu o protagonismo de vez na série, ainda que seja o último nome a aparecer nos créditos.

Algo que poderíamos reclamar da série é que tudo acontece muito rápido e há personagens demais que são pouco desenvolvidos, como os vários músicos da orquestra ou os amigos de Hailey. Mas, por outro lado, não sentimos tanta necessidade assim de ter esse aprofundamento maior, já que se trata de uma série de menos de meia hora de duração e apenas dez episódios por temporada. Então, esse gostinho de quero-mais é até um ponto positivo, ter aquela sensação de leve tristeza sempre que acaba o episódio.

Os episódios-destaque da segunda temporada são os dois em que a orquestra viaja para o México. Há o caso do violinista que teve seu material de trabalho roubado e recebe uma ajuda do irmão de Rodrigo para solucionar o problema dentro do submundo, mas o que mais importa mesmo e que enternece os corações é o passeio de Rodrigo com Hailey pelo interior do México. Dá uma vontade de conhecer o país, e a gente sente um especial carinho por aquela gente simples. A visita dos dois à avó de Rodrigo é um momento-chave, com aquela história envolvendo a borra de café.

Depois desses episódios, há uma subtrama envolvendo a greve dos músicos e entra em cena a personagem de Gretchen Moll, uma advogada sexy que acaba seduzindo Cynthia, a violoncelista vivida por Saffron Burrows. Até certo momento, as poucas cenas que vemos das duas são animadoras. Cynthia é outra personagem que cresce nesta segunda temporada, pois tem uma relação com vários personagens, e desde o primeiro episódio ela se mostra muito simpática com Hailey, dando apoio e mostrando a faceta gentil do mundo dos músicos eruditos, ao contrário de Elizabeth (Hannah Dunne), a oboísta veterana que vê seu trabalho ameaçado com a chegada de Hailey.

A transição de Hailey, de assistente de Rodrigo, para membro substituto da orquestra deixa a personagem um pouco dispersa no meio da trama, e a gente sabe o quanto ela faz falta. Mas felizmente há toda uma gama de personagens interessantes que suprem essa falta e não deixam a série cair em momento algum. Malcolm McDowell como o velho maestro Thomas Pembridge se torna mais interessante ainda, ao tentar ser um compositor.

No mais, só reclamaria do episódio final, que poderia ser melhor, mas há um sentimento agridoce envolvendo uma decisão de Rodrigo e outra um tanto confusa de Hailey que ajuda a torná-lo igualmente especial. Enfim, MOZART IN THE JUNGLE é dessas séries para se guardar no coração. E uma pena que teremos que esperar até o final do ano ou início do próximo para a terceira temporada. Se bem que eu nem sei se a Amazon confirmou. Tomara que sim, ainda mais agora que a série ganhou o Globo de Ouro e alcançou maior visibilidade. Seria um pecado abandonar esses personagens.

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