quinta-feira, março 06, 2014

O PAÍS DO SEXO SELVAGEM (Il Paese del Sesso Selvaggio / The Man from Deep River)



Seguindo a cartilha do livro Cemitério Perdido dos Filmes B, cheguei agora a O PAÍS DO SEXO SELVAGEM (1972), de Umberto Lenzi. Trata-se de um dos pioneiros do ciclo canibal, que tanto sucesso faria nas décadas de 1970 e 1980 na Itália. E olha que este nem é dos melhores filmes. Apenas tem o mérito de ter aberto caminho para os demais, já que os tais canibais aqui são só uma tribo inimiga que aparece muito rapidamente.

Mas não faltam, por exemplo, cenas de sacrifícios de animais, o que certamente hoje seria inaceitável em qualquer país civilizado. A cena da morte até um tanto sádica de um jacaré é tão forte quanto a cena da tartaruga em CANNIBAL HOLOCAUST, de Ruggero Deodato, para citar o mais famoso do ciclo canibal.

Mas a trama é um pouco capenga, embora tenha os seus momentos. No filme, Ivan Rassimov é John Bradley, um fotógrafo que se mete em uma briga em Bangkok e acaba matando um homem. Deixa a namorada de lado e foge para a selva da Tailândia, a fim de explorar a região. Mal sabia ele que seria capturado por uma tribo de selvagens que o chamariam de homem-peixe, por ele estar usando equipamento de mergulho.

John come o pão que o diabo amassou na tribo, mas acaba escapando da morte por cair nas graças da filha do chefe da tribo, a bela Mayara (Me Me Lai), que de vez em quando calha de tomar banho nua no rio. É com esse apelo levemente erótico e com a violência até então bastante forte que O PAÍS DO SEXO SELVAGEM conquistou a muitos frequentadores de cinemas empoeirados do mundo afora, bem como a muitos que só foram descobrir o filme na época do VHS.

Dá para comparar um pouco a história com a de COMO ERA GOSTOSO O MEU FRANCÊS, de Nelson Pereira dos Santos. Ambos mostram um sujeito "civilizado" que é capturado por uma tribo selvagem. Só que o filme do Nelson é muito melhor em todos os aspectos. Até mesmo na crueldade da tribo, que não dá trégua para o protagonista. E faz isso sem precisar de violência gráfica.

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