quinta-feira, março 05, 2009

FORÇA POLICIAL (Pride and Glory)























Para um gênero que anda em baixa nos cinemas - exceto por algumas pérolas perpetradas por Michael Mann e James Gray - o drama policial até que é beneficiado com este interessante FORÇA POLICIAL (2008). O filme, que estava pronto desde 2006 e só conseguiu ver a luz dos cinemas em 2008, guarda semelhanças, inclusive, com os dois trabalhos mais elogiados de James Gray - CAMINHO SEM VOLTA e OS DONOS DA NOITE. Em comum, está o tema da família de policiais passando por problemas difíceis. Se não é tão bom quanto os trabalhos de Gray é porque falta ao diretor Gavin O'Connor talento suficiente. Ainda assim, o filme tem os seus momentos e se sustenta muito bem pelo menos até a sua conclusão, pouco satisfatória. Até lá, vemos um filme vigoroso e com um time de atores invejável. Se no passado Colin Farrell não era bem aceito como um grande ator, hoje ele alcançou um grau de prestígio que quase o coloca em pé de igualdade com seu parceiro de filme Edward Norton.

O filme lida com o velho tema da corrupção na polícia, mas que ganha certo frescor com a maneira como é narrado. No início, ficamos sabendo, durante um torneio de futebol americano, que aconteceu um tiroteio num bairro perigoso de Nova York e um dos policiais da família morreu junto com outros três colegas. As cenas filmadas com a câmera na mão dão um ar de aflição. Quem parece mais sofrer com o ocorrido é o personagem de Colin Farrell, cunhado dos personagens de Norton e Noah Emmerich, filhos do policial aposentado interpretado por Jon Voight. Os três rapazes têm os seus problemas familiares. Colin Farrell é o que parece estar com uma situação de vida aparentemente mais estável, com uma bela mulher e filhos que o amam, mas na verdade ele é o que está mais encrencado por problemas que ele mesmo criou, ao se envolver com crimes relacionados ao seu trabalho na Divisão de Narcóticos. O personagem de Noah Emmerich está lidando com a doença de sua esposa, em tratamento de quimioterapia na esperança de se curar de um câncer. Já Edward Norton é um policial que esteve afastado da força-tarefa por causa de eventos não esclarecidos no início do filme. Sabe-se que o que ocorreu no passado ocasionou, entre outras coisas, o fim de seu casamento.

O fato de o filme mostrar os problemas pessoais desses personagens em vez de apenas se concetrar na ação torna tudo mais interessante e cria uma atmosfera densa. À medida que o filme vai se desenvolvendo, o véu vai se abrindo e deixando à mostra a verdadeira face de seus personagens. Talvez o momento que mais impressiona nessa descoberta seja a cena do ferro de passar, que é de tirar o fôlego. A procura pelo assassino do filho de Voight pelos policiais vai ganhando força justamente pelo que cada personagem esconde e pela dura verdade que está a ser descortinada. Uma pena mesmo que a conclusão do filme seja um tanto quanto decepcionante, deixando a impressão de que o diretor e os roteiristas (Joe Carnahan, entre eles) não sabiam muito bem como terminar a história. Tanto que havia um final alternativo, que foi alterado para dar ao público um pouco mais de simpatia pelo personagem de Colin Farrell, evitando que ele se tornasse um vilão e deixasse o filme ainda mais problemático.

P.S.: Retirei dos links ao lado os blogs dos amigos que não atualizavam desde 2007. Espero que isso seja um incentivo para os seus retornos e que eles me avisem quando voltarem a postar. :)

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