sexta-feira, março 20, 2009

DIA DOS NAMORADOS MACABRO (My Bloody Valentine / My Bloody Valentine 3D)





















O original de 1981 seguia o rastro do sucesso de bilheteria deixado por HALLOWEEN, de John Carpenter, e SEXTA-FEIRA 13, de Sean S. Cunningham, dois filmes que também lidavam com datas especiais e que traziam psicopatas e contagem de corpos. O canadense DIA DOS NAMORADOS MACABRO, se não ganhou a mesma fama de seus dois "irmãos", pelo menos ficou no imaginário dos fãs como um exemplar dos melhores slashers lançados na década de 80. Em tempos de refilmagens a torto e a direito, era só questão de tempo para alguém resolver fazer a de DIA DOS NAMORADOS MACABRO (2009). Pena que o resultado ficou bem aquém do esperado e deve agradar ou entreter provavelmente apenas quem for ver o filme em salas que disponham da tecnologia 3D, que infelizmente ainda não chegou nos cinemas locais.

Os produtores começaram errando, ao escalar para a direção Patrick Lussier, o sujeito que fez o tedioso LUZES DO ALÉM (2007). Se existe alguma coisa que escapa nesta produção desleixada é o trio de beldades, que inclui como heroína Jaime King – que já havia chamado a atenção em SIN CITY – e as menos conhecidas Betsy Rue e Megan Boone, que emprestam charme e generosidade erótica ao filme. Enquanto essas moças estão em cena, o filme até parece valer a pena. A cena de Betsy Rue pelada sendo atacada pelo maníaco é um dos melhores momentos do filme. Além do mais, se o filme não fosse uma refilmagem e o crédito não fosse todo para o original, poderíamos elogiar a criatividade na criação do uniforme do psicopata, que se veste como um mineiro e usa uma picareta como arma para estilhaçar suas vítimas.

A trama começa dez anos atrás, quando um enlouquecido mineiro (não me refiro aos naturais de Minas Gerais), vítima de um acidente que matou alguns de seus colegas, sai do coma e passa a retalhar quem estiver em seu caminho. As primeiras vítimas são as enfermeiras e as pessoas que trabalham no hospital, que são cortadas ao meio. Outra marca deixada por ele é o coração de uma mulher, que é retirado de seu tórax. Passados dez anos da morte do maníaco, em pleno dia dos namorados novos casos de assassinato voltam a acontecer. O xerife, interpretado por Kerr Smith (de DAWSON’S CREEK), um dos sobreviventes do massacre de dez anos atrás, investiga o caso e tem como principal suspeito Tom Hanniger, outro sobrevivente do massacre e que retorna à cidade com o objetivo de fechar a mina, que era de propriedade de seu recém-falecido pai.

Como não vi o filme original, não tenho como saber o quanto a trama foi modificada. De todo modo, não acredito que o problema seja na trama, que não precisava ser tão elaborada. Diria que a falha está toda na mão pesada do diretor, que não sabe construir uma narrativa envolvente, o mínimo de suspense ou mesmo se utilizar de humor para disfarçar as falhas. O novo DIA DOS NAMORADOS MACABRO está mais para as fitas de horror vagabundas lançadas com a popularização do videocassete. Com todo respeito às fitas de horror vagabundas pela comparação ingrata. O fiasco é tão grande que mesmo esperando-se o mínimo possível ainda assim o filme é capaz de decepcionar. Nem parece o divertido remake de SEXTA-FEIRA 13.

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