segunda-feira, dezembro 10, 2007

30 DIAS DE NOITE (30 Days of Night)



Fiquei satisfeito com o resultado de 30 DIAS DE NOITE (2007), a adaptação para o cinema da HQ homônima de Steve Niles e Ben Templesmith. Talvez o fato de eu não ter lido a obra original possa ter ajudado um pouco, já que não fiquei sabendo sempre o que ia acontecer, como quando fui ao cinema ver SIN CITY. E pelo que andei lendo por aí, houve algumas mudanças na estória nessa adaptação. O padrinho do filme é Sam Raimi, que parece estar com medo de voltar a dirigir um filme de terror. Talvez ele ache que não sabe mais dirigir um, depois de tantos anos só fazendo filmes do Homem-Aranha. Desse modo, o posto de direção foi para David Slade, que chamou atenção com o seu thriller de baixo orçamento MENINA MÁ.COM (2005), filme que dividiu opiniões. Com 30 DIAS DE NOITE, Slade trabalha com um orçamento bem mais gordo e faz um bom trabalho, apesar de faltar no filme uma coisa que eu acho quase essencial num filme de terror: causar medo. Mas como sequer me lembro do último filme que me assustou de verdade, vamos deixar passar esse pequeno "detalhe".

O que Slade consegue em 30 DIAS DE NOITE é manter um clima de suspense, o que já é alguma coisa. O filme também nos faz lembrar de O ENIGMA DE OUTRO MUNDO, de John Carpenter, pelo fato de se passar num lugar extremamente gelado, e em O DESPERTAR DOS MORTOS, de George Romero, pela forma com que os sobreviventes tentam conseguir suprimentos para se manter escondidos até a chegada da aurora. Também conta pontos a favor do filme o visual dos vampiros. Com dentes pontiagudos, unhas quase tão grandes quanto as do Zé do Caixão e sempre com o rosto coberto de sangue, eles são as grandes estrelas do filme. Ainda assim, Josh Hartnett tem os seus momentos de brilho como o herói, em especial na seqüência final. Melissa George, de TURISTAS e da série ALIAS, é o par romântico do rapaz.

Assim como o personagem de Al Pacino ficou perturbado com os dias sem noite no Alaska em INSÔNIA, dessa vez temos o contrário: uma cidadezinha no norte do território mais frio dos Estados Unidos, afastada da civilização e atormentada por um inverno muito forte. Tão forte que o sol passa trinta dias sem dar as caras por lá. Por isso, sempre nessa época do ano, a cidade fica quase vazia, com muita gente migrando para lugares um pouco mais ensolorados que o vilarejo de Barrow. E é sabendo disso que um grupo de vampiros prepara um esquema de sabotagem, antes de atacar pra valer, deixando a cidade sem energia elétrica, telefone, internet ou qualquer outro meio de comunicação com o mundo exterior. Daí pra frente é só começar a carnificina. O vermelho do sangue das vítimas tingindo a neve branca em tomadas aéreas é uma das coisas que mais fica em nossa memória. Já estão falando em continuação, isto é, em adaptações dos outros livros de Niles. É quase certo estarmos diante de uma nova franquia.

P.S.: E falando em bons filmes de terror, já viram o cartaz do novo trabalho de M. Night Shyamalan?

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