segunda-feira, julho 23, 2007

TRANSFORMERS



Quando vi o trailer de TRANSFORMERS (2007) achei curioso o fato de, pela primeira vez, um filme de Michael Bay ter me deixado entusiasmado para ir ao cinema. Talvez o nome de Steven Spielberg diretamente associado ao dele tenha contribuido para isso. O trailer também quis vender uma idéia de que o nome de Bay estaria ligado a uma diversão de qualidade, sendo que os nomes "Michael Bay" e "filme de qualidade" dificilmente aparecem juntos. Aliás, o nome de Bay acabou virando piada entre cinéfilos, como o exemplo maior de diretor ruim de grandes produções. Com TRANSFORMERS a coisa não muda muito, mas até que o filme é melhorzinho que os seus trabalhos anteriores. Ainda assim é aquela barulheira dos diabos, aquela incômoda câmera tremida, aquela tentativa frustrada de emocionar, aquela música chata e insistente que não pára um segundo.

Acho que muita gente vai concordar comigo que a melhor coisa de TRANFORMERS é a beleza de Megan Fox, essa jovem atriz vinda da televisão e que com sorte deve ainda fazer muito sucesso no cinema. E pode até ser que Michael Bay seja um pouco responsável pelo modo como ela aparece na tela, já que A ILHA (2005) é um dos filmes que melhor aproveitam a beleza de Scarlett Johansson. Quanto aos carros que se transformam em robôs, talvez se o filme fosse direcionado a uma faixa etária maior e pudesse trabalhar um pouco mais com a violência, talvez assim eu teria me interessado mais. Mas como se trata de personagens criados a partir de brinquedos, não dá pra fugir muito das origens. Além do mais, são as crianças e os adolescentes os principais interessados. Além dos adultos nostálgicos da série animada dos anos 80.

A trama trata basicamente de uma batalha entre duas facções de robôs alienígenas. Os Autobots são os bons, os Decepticons, como o próprio nome dá a entender, são os maus. Simples assim. Os bons são completamente bons, os maus são bem maus. Não há tons de cinza. Além do mais, há aqueles diálogos que parecem saídos dos desenhos animados infantis, o que não é de todo ruim, levando em consideração a origem do filme. Os protagonistas do filme são Shia LaBeouf, o jovem que ganha do pai um carro, um Chevrolet Camaro - que não por acaso é um dos autobots -, e a gostosa da escola, interpretada pela supra-citada Megan Fox. Há também o núcleo de personagens ligados à Secretaria de Defesa dos Estados Unidos, que investigam o ataque dos decepticons a uma base americana.

Bom ver que o filme foi feito numa época em que o uso dos efeitos especiais computadorizados está num grau avançado de sofisticação. Assim, obtém-se um resultado bastante satisfatório nas cenas de transformação dos carros (ou aviões, ou aparelhos de som) em robôs. As cenas de ação também são bem convincentes, bem como as cenas de interação dos humanos com os robôs, que são perfeitas. Mas não tem jeito: é Michael Bay na direção, o que ainda é sinônimo de filme chato e muitas vezes irritante. Bom seria poder ver uma versão adulta do filme, dirigida pelo Paul Verhoeven. Pensando bem, melhor deixar o Verhoeven de fora. Um só TRANSFORMERS já basta.

P.S.: Toca o pedacinho de uma das canções novas dos Smashing Pumpkins no filme. Mas eles só aproveitam o bom riff de guitarra de "Doomsday Clock" numa das cenas finais.

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