quarta-feira, junho 14, 2006

O VAMPIRO (Vampyr - Der Traum des Allan Grey)



Avisaram-me, mas como sou teimoso, lá fui eu alugar o DVD de O VAMPIRO (1932), primeiro filme falado de Carl Theodor Dreyer. Realmente a cópia está horrível, mas, a julgar pelos comentários que li no IMDB, a cópia americana também está tão ruim quanto à que foi disponibilizada pela Continental. Inclusive, li reclamações até das mesmas barras pretas cobrindo boa parte da tela na hora das legendas.

Um dos melhores momentos do filme é a cena vista pelo ponto de vista do protagonista, morto dentro de um caixão, em vias de ser enterrado, assistindo ao próprio funeral. Há também interessantes efeitos especiais na cena em que o espírito de Allan Grey sai do corpo e dá um passeio. Só esses dois momentos já são suficientes para perceber que a obsessão do diretor pela morte, um de seus temas recorrentes, está fortemente presente nesse filme.

Confesso que me perdi um pouco na trama. (Na verdade, "um pouco" é eufemismo.) Isso prejudicou, junto com a precariedade da cópia, minha apreciação do filme. Mas como o que deixo aqui são só impressões, prefiro deixar registrado esse meu primeiro contato com O VAMPIRO. Quem sabe no futuro eu volto a assistí-lo numa cópia melhor.

Como o cinema falado ainda estava engatinhando, O VAMPIRO ainda se parece muito com cinema mudo. É que O VAMPIRO havia sido produzido originalmente como um filme mudo. Só depois que foram acrescentados os poucos diálogos, que aparecem no filme de uma maneira um pouco anti-natural e arrastada, contribuindo para a atmosfera horripilante pretendida. Há poucos diálogos e vários textos para preencher a história, principalmente no começo do filme.

O VAMPIRO foi baseado numa obra de Sheridan Le Fanu, escritor tão célebre quanto Bram Stoker no que se refere a livros sobre vampiros.

Próximo Dreyer da fila: DIAS DE IRA (1943).

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