segunda-feira, julho 11, 2005

QUARTETO FANTÁSTICO (Fantastic Four)



Pra quem estava esperando um filme horrível, até que eu saí do cinema bem satisfeito com esse QUARTETO FANTÁSTICO (2005). O grupo é um dos que eu mais guardo com carinho em minha memória afetiva, principalmente por ter uma estreita ligação com o meu herói favorito, o Surfista Prateado, ainda que as histórias que li, na época que acompanhava, fossem inferiores às dos X-Men e dos Vingadores. Falando nos quadrinhos, um dos melhores momentos do grupo, sob os cuidados de John Byrne, vai estar sendo reeditado pela Panini esse mês. O preço é um pouco salgado, mas acho que vale a pena.

Ainda no terreno do "recordar é viver", quem tem mais de vinte anos deve lembrar do desenho animado que passava na tv: "Os 4 Fantásticos". Eu achava legal porque o desenho era até fiel aos quadrinhos. Quando fui ver o filme no cinema no sábado, lembrei com uns amigos desse desenho. Na conversa, alguém citou um desenho horrível chamado "O Coisa", que mostrava um rapaz magrinho que usava dois anéis e sempre que os juntava, vinha um monte de pedras em cima do rapaz e ele se tornava o Coisa. O cara que fez um desenho desses deveria ser apedrejado. Tem cada idéia de jerico por aí.

Mas voltando ao longa-metragem, trata-se de um filme bem leve, ingênuo até, distante das tragédias pessoais de heróis como Batman, Homem-Aranha, Demolidor, Justiceiro ou o Hulk. O que mais se aproximaria de uma tragédia, que é a transformação de Ben Grimm no Coisa (Michael Chicklis, de THE SHIELD), adquire até contornos engraçados, graças ao Tocha Humana, que vive pegando no pé do coitado, além das piadas envolvendo a dificuldade que ele tem em manusear coisas pequenas.

Outra graça do filme é a presença de Jessica Alba como a Mulher Invisível. Há uma cena que muita gente vai julgar desnecessária para a trama, que é a dela tirando a roupa no meio da rua enquanto está invisível, mas não deixa de ser um fetiche dos bons. Lembro que quando eu era adolescente, vivia sonhando que um dia fizessem versões erótico-cômicas com os heróis da Marvel. Nesse caso, não dá pra não pensar no drama de Alicia, a pobre namorada cega do Coisa.

O diretor, Tim Story, se não tem estilo como um Sam Raimi ou um Ang Lee, pelo menos fez o serviço direitinho. Deixou o filme ágil, até lembrando os quadrinhos clássicos de Stan Lee e Jack Kirby. Daria pra reclamar da falta de tato em alguns momentos, especialmente na construção do supervilão Dr. Destino (Julian McMahon), mas não sou eu quem vai brigar por causa disso.

E as adaptações dos quadrinhos da Marvel só estão começando. Vem aí HOMEM-ARANHA 3, X-MEN 3, VIÚVA NEGRA, THOR, CAPITÃO AMÉRICA, HULK 2, WOLVERINE, NAMOR, JUSTICEIRO 2 e MOTOQUEIRO FANTASMA. Avi Arad continuará enchendo seus bolsos por um bom tempo.

P.S.: Está no ar no Cinema com Rapadura minha nova coluna. Dessa vez, eu abro o arquivo de minhas memórias ligadas - ainda que não diretamente - ao cinema. Quem quiser conferir essas viagens pessoais, fique à vontade.

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