segunda-feira, janeiro 06, 2020

GLOBO DE OURO 2020

"Foi uma das premiações mais entendiantes em muito tempo. Estava sentindo no ar um clima de pouca empolgação para essa, que costuma ser uma das festas mais divertidas da temporada de prêmios. Muitas vezes, melhor do que o Oscar. A melhor coisa da noite foi o prêmio Cecil B. DeMille...". Assim começava minha descrição para o blog da premiação do Globo de Ouro do ano passado. Fiquei surpreso, pois, neste ano, a coisa se repetiu, inclusive no que se refere ao Cecil B. DeMille, que foi para Tom Hanks.

Diria que este ano foi melhor por causa da apresentação muito pessoal de Charlize Theron, que contou de quantas vezes assistiu ao VHS de SPLASH - UMA SEREIA EM MINHA VIDA (1984), o primeiro grande sucesso de Tom Hanks. Ela dizia que, ali na África do Sul, ela sonhava ser a sereia que seria salva por aquele rapaz comum, mas adorável. Algo do tipo. Também contou da vez em que fez uma audição e quem a entrevistou foi justamente Tom Hanks, que lhe deu a chance de estar no elenco de THE WONDERS - O SONHO NÃO ACABOU (1996). E aí tivemos o belo e emocionado discurso de Hanks, que ainda deu uma aula para aquelas pessoas todas, agora que é um ator veterano. Interessante como esta premiação do Globo de Ouro foi marcada pelo respeito que os mais jovens têm pelos mais velhos.

Porém, mais uma vez, não foi uma festa exatamente memorável. O tom já foi dado no começo, quando Rick Gervais, o apresentador, demonstrou um bocado de desdém em seu discurso: "puxa, ainda é o primeiro prêmio?", como que para dizer que a noite chata mal estava começando. Na verdade, não consigo achar chato, já que já faz um tempo que assisto a essas premiações trocando ideias com os amigos nas redes sociais. E os prêmios são entregues de maneira tão rápida que mal dá tempo de aproveitar a glória de tal premiação.

O maior vencedor da noite foi ERA UMA VEZ EM... HOLLYWOOD, que ganhou três prêmios: melhor filme (comédia), melhor ator coadjuvante para Brad Pitt e melhor roteiro para o próprio Quentin Tarantino. Aliás, chamar a linda (acho que não havia mulher mais linda na festa) Margot Robbie para entregar o prêmio de roteiro já era uma deixa. Por mais que Tarantino, nesse filme em especial, se destaque mais na direção do que no roteiro, muitos ligam o seu cinema como cinema de roteiro, por causa dos diálogos singulares e tal.

Em seguida, 1917, de Sam Mendes venceu os prêmios de melhor filme (drama) e melhor direção. Outros que também faturou dois prêmios importantes foi CORINGA, que ganhou melhor ator para Joaquin Phoenix e melhor trilha sonora para a islandesa Hildur Guðnadóttir. Ela já havia subido ao palco no ano passado, no Emmy, pela trilha de CHERNOBYL.

Falando em CHERNOBYL, esta minissérie fantástica da HBO foi uma das vencedoras da noite, ganhando os prêmios de melhor minissérie e melhor ator coadjuvante para Stellan Skarsgård. Outras produções para a TV que ganharam dois prêmios foram FLEABAG (melhor série - comédia e melhor atriz para a criadora Phoebe Waller-Bridge) e SUCCESSION (melhor série - drama e melhor ator para Brian Cox).

As premiações de TV funcionam como belas dicas de séries e minisséries que merecem a nossa atenção, mas que, infelizmente, acabam não recebendo por falta de tempo e pela necessidade (no meu caso) de priorizar os filmes. Mas há sempre algumas séries/minisséries que me conquistam graças ao empurrãozinho da premiação. Neste ano, eu fiquei muito interessado em FOSSE/VERDON (prêmio de melhor atriz para Michelle Williams), THE ACT (prêmio de atriz coadjuvante para Patricia Arquette) e INACREDITÁVEL, que não ganhou nenhum prêmio, mas traz no elenco Kaitlyn Dever e Toni Collette, para citar as mais conhecidas.

No mais, a noite também ficou marcada pela esnobada que deram na Netflix. Das 34 indicações, o serviço de streaming só ganhou duas. Para quem entrou na festa achando que os prêmios para O IRLANDÊS eram garantidos, perdeu feio. Vamos ver como eles se sairão no Oscar agora.



Prêmios da noite

Cinema

Melhor Filme (Drama): 1917
Melhor Filme (Comédia/Musical): ERA UMA VEZ EM...HOLLYWOOD
Melhor Direção: Sam Mendes (1917)
Melhor Ator (Drama): Joaquin Phoenix (CORINGA)
Melhor Ator (Comédia/Musical): Taron Egerton (ROCKETMAN)
Melhor Atriz (Drama): Renée Zellweger (JUDY)
Melhor Atriz (Comédia/Musical): Awkwafina (THE FAREWELL)
Melhor Ator Coadjuvante: Brad Pitt (ERA UMA VEZ EM...HOLLYWOOD)
Melhor Atriz Coadjuvante: Laura Dern (HISTÓRIA DE UM CASAMENTO)
Melhor Roteiro: ERA UMA VEZ EM...HOLLYWOOD
Melhor Trilha Sonora: CORINGA
Melhor Canção Original: "I'm Gonna Love Me Again" (ROCKETMAN)
Melhor Animação: LINK PERDIDO
Melhor Filme Estrangeiro: PARASITA (Coreia do Sul)

Televisão

Melhor Série (Drama): SUCCESSION
Melhor Série (Comédia/Musical): FLEABAG
Melhor Minissérie ou Telefilme: CHERNOBYL
Melhor Ator de Série (Drama): Brian Cox (SUCCESSION)
Melhor Ator de Série (Comédia): Ramy Youssef (RAMY)
Melhor Ator em Minissérie ou Telefilme: Russell Crowe (THE LOUDEST VOICE)
Melhor Atriz de Série (Drama): Olivia Colman (THE CROWN)
Melhor Atriz de Série (Comédia): Phoebe Waller-Bridge (FLEABAG)
Melhor Atriz em Minissérie ou Telefilme: Michelle Williams (FOSSE/VERDON)
Melhor Ator Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme: Stellan Skarsgård (CHERNOBYL)
Melhor Atriz Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme: Patricia Arquette (THE ACT)


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