quarta-feira, março 06, 2019

OITO CURTAS CEARENSES

VANGO VULGO VEDITA

Acho sempre interessantes os filmes com a assinatura do Leonardo Mouramateus. E há coisas que eu gosto muito e outras que não gosto nem tanto, mas mesmo essas coisas (como a briga dos meninos etc.) são recorrentes e a cara do diretor. Gosto da liberdade e da alegria da cena na praia, e de como isso é quebrado. Direção: Andréia Pires e Leonardo Mouramateus. Ano: 2017.

A CANÇÃO DE ALICE

Um filme cuja primeira coisa que chama a atenção é a fotografia, de uma beleza impressionante. Petrus Cariry é um de nossos melhores fotógrafos de cinema, sem dúvida. Depois tem o destaque para o lirismo das falas, do sentimento de saudade, da expressão no rosto da personagem da avó/mãe, de suas recordações. E tem o mar pontuando as emoções. Muito bonito. Direção: Barbara Cariry. Ano: 2018. (Foto)

BOCA DE LOBA

É um filme que se beneficiaria de uma revisão para poder captar melhor o que ele quer dizer com seus simbolismos e suas imagens justapostas a uma narração em voice over que não parece ter estreita relação com o que é mostrado nas cenas. Destaque para o centro de Fortaleza de madrugada, sendo explorado em toda sua glória. Ou falta de. Direção: Bárbara Cabeça. Ano: 2018.

CARTUCHOS DE SUPER NINTENDO EM ANÉIS DE SATURNO

Tenho um pouco de resistência a filmes brasileiros que utilizam a ficção científica para tratar de seus temas. Mas é interessante que este filme do Leon Reis impressiona no quesito qualidade dos efeitos. E ainda manda uma mensagem, um tanto cifrada, sobre a questão do preconceito. Direção: Leon Reis. Ano: 2018.

NEGO TEM QUE SE VIRAR

Como uma espécie de elogio à maconha e ao modo de vida mais, digamos, marginal, o filme também tem um aspecto bem desapegado às regras mais clássicas. "Cinema é charlação", aparece em determinado momento. Interessante que não tem cara de filme que quer pregar as suas verdades ao público. Direção: Mike Dutra. Ano: 2018.

PONTE VELHA

Descrito a princípio como um documentário, Ponte Velha vai aos poucos se desconstruindo. Até flerta com algum didatismo, ao mostrar uma foto de 1929 da ponte e dar algumas explicações da Fortaleza da Bélle Époque, mas depois entra numas de fantasia para depois voltar a um registro bem pessoal. Parece tatear o seu caminho o tempo todo. E isso é interessante. Direção: Victor de Melo. Ano: 2018.

SUDESTINOS

Que filme bonito e emocional. A ideia de pegar depoimentos de pessoas em um trajeto que sai de São Paulo até Fortaleza por si só já é muito boa. E o resultado acaba sendo muito positivo, pois muitos dos depoimentos são belos e emocionantes. É o caso de pensar no quanto é um universo a vida de cada um. A opção pelo preto e branco foi feliz. Direção: Germano de Sousa. Ano: 2018.

TETO

Um trabalho que privilegia o som de maneira impressionante. Em certos momentos, lembra David Lynch com o uso do som e também com o uso de uma câmera que parece estar em estado de vigília perigosa. Há também um cuidado com as texturas nas cores que impressiona. Seria interessante ver um longa do diretor. Direção: Darwin Marinho. Ano: 2018.

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