sábado, agosto 23, 2014

HOTEL DA MORTE (The Innkeepers)



Ti West pode ser considerado um dos nomes mais importantes do cinema de horror contemporâneo. Fez um trabalho admirável em THE HOUSE OF THE DEVIL (2009) e contribuiu com um dos melhores segmentos de V/H/S (2012). Infelizmente, HOTEL DA MORTE (2011), seu longa-metragem seguinte não tem o requinte e nem a atmosfera assustadora de seu trabalho anterior. Talvez por isso tenha passado tão despercebido.

Inclusive, ao ver o filme, cheguei até a pensar em uma suposta crise no cinema de horror contemporâneo, agora que não temos mais a presença dos grandes cineastas do gênero que brilharam principalmente nas décadas de 70 e 80. Poucos novos talentos, ainda que tenham ganhado o apoio de alguns fãs, estão conseguindo chegar a um público maior e raramente tem se mostrado eficiente. Mas isso é apenas uma impressão pessimista vinda de uma experiência não muito satisfatória. Não posso tirar certas conclusões a partir de pouco conhecimento do cinema de horror independente.

HOTEL DA MORTE lembra em alguns momentos O ILUMINADO, de Stanley Kubrick. E talvez isso seja o que há de melhor: as cenas nos corredores do hotel, com travellings perseguindo a protagonista num enquadramento rigoroso e bonito, lembra um pouco que aquele diretor é o mesmo que gerou imagens lindas em THE HOUSE OF THE DEVIL.

Na trama, Claire (Sara Paxton) uma jovem entediada trabalha como recepcionista em um hotel decadente junto com Luke (Pat Healey), um sujeito meio nerd que está construindo um site a partir de lendas acerca do fantasma de uma mulher que foi assassinada naquele hotel. Segundo ele, o fantasma dela ainda está por lá. E eles, de tanto, procurar, acabam encontrando alguma coisa. Pena que os sustos são bobos e as assombrações pouco eficientes.

No elenco de apoio, destaque para a personagem de Kelly McGillis, aquela bela mulher que fez par romântico com Tom Cruise em TOP GUN - ASES INDOMÁVEIS, na década de 1980. Se ele parece não ter envelhecido, o efeito do tempo não foi generoso para ela. Até porque ela esteve distante de papéis de destaque nos últimos anos. O ideal era que seu papel fosse mais sinistro, já que ela tem o poder de entrar em contato com os mortos, mas acaba não contribuindo muito para o filme. Ainda sobre o elenco, em papel pequeno, Lena Dunham, a criadora da série GIRLS, está presente como uma atendente de café falastrona.

A melhor coisa do filme acaba sendo mesmo Sara Paxton, que é uma simpatia de moça e que esteve em papel pequeno em um dos melhores títulos do gênero dos últimos anos, A ÚLTIMA CASA, de Denis Iliadis, remake sangrento e pulsante de uma das obras mais aclamadas de Wes Craven. Em HOTEL DA MORTE, infelizmente, já que a direção não é suficientemente boa para construir uma eficiente atmosfera de medo a partir de um fiapo de roteiro, a beleza e a simpatia de Sara acabam não ajudando muito.

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