terça-feira, dezembro 27, 2011

HELENA DE TRÓIA (Helen of Troy)



O meu interesse por esse filme veio pela busca de alguma obra que se aproximasse de "A Ilíada", de Homero, que tive o prazer de ler nos últimos meses, graças ao empurrãozinho de um professor de letras clássicas da UFC. Já sabendo que ver filme depois de ler o livro geralmente é uma tarefa ingrata, fui até com boa vontade conferir este HELENA DE TRÓIA (1956), que Robert Wise dirigiu nos tempos em que Hollywood estava de volta às superproduções, graças ao advento do cinemascope e em busca de trazer de volta muitos espectadores que haviam fugido por causa da crescente popularização da televisão.

O gênero épico no cinema atingiu o ápice de popularidade justamente nesse período, da segunda metade dos anos 50 à primeira dos anos 60. Tanto nos Estados Unidos quanto na Itália. E no mesmo ano em que Cecil B. DeMille encerrou sua carreira com a obra-prima OS DEZ MANDAMENTOS, o eclético diretor de O DIA EM QUE A TERRA PAROU (1951) e A NOVIÇA REBELDE (1965) experimentou no gênero épico, na tentativa de contar em apenas duas horas a história do rapto (voluntário) de Helena por Páris até a tão famosa sequência do Cavalo de Troia. Acontece que é muito assunto para pouco tempo e o resultado é um filme todo atabalhoado. E o que é pior: muito chato.

Nem o próprio Homero, em "A Ilíada" contou a história completa. Na obra de Homero, há tempo para dramatização, para tragédia, para valorização de um herói como Heitor, por exemplo; para a dor e para o companheirismo dos homens. Em HELENA DE TRÓIA não há tempo para nada. E mesmo quando o filme fica mais tranquilo para mostrar o encanto de Páris por Helena, em nenhum momento isso é convincente. A atriz que faz Helena, a italiana Rossana Podestà, não tem lá muito carisma e sex appeal. Pelo menos, não nesse filme. Quem aparece num papel pequeno antes de virar estrela no filme é Brigitte Bardot, como a simpática escrava de Helena. Continuar falando mal do filme não vai adiantar muito, por isso, é melhor parar por aqui.

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