quinta-feira, maio 20, 2010

ZUMBILÂNDIA (Zombieland)



Não sei se George A. Romero se sente orgulhoso ou um pouco triste ao ver tantos filmes de zumbis, dos melhores aos mais vagabundos, sendo despejados todos os meses em cinema, vídeo e games. Comédias com zumbis não são novidade. Nos anos 80, pelo menos, A VOLTA DOS MORTOS-VIVOS, de Dan O'Bannon, lidou muito bem com o tema. O século XXI viu surgir uma nova febre de zumbis. Eles estão em todos os lugares. Ganharam até uma passeata, a zombie walk. Entre os novos filmes que brincam com a mitologia dos zumbis romerianos - vale lembrar que os filmes de zumbis pré-Romero são totalmente diferentes e que foi ele o criador da gramática zumbi -, o que mais ganhou fama foi o superestimado TODO MUNDO QUASE MORTO, de Edgar Wright. Que pode muito bem ter sido o objeto de inspiração para a criação deste ZUMBILÂNDIA (2009), de Ruben Fleischer, um trabalho ainda mais pop e mais leve que o filme de Wright, que ousava mostrar cenas explícitas de zumbis devorando as tripas das vítimas.

ZUMBILÂNDIA brinca mais com as regras para se fugir dos zumbis - que são seguidas à risca por seu criador, o jovem nerd Columbus (Jesse Eisenberg, de FÉRIAS FRUSTRADAS DE VERÃO) -, bem como com a comédia romântica juvenil. Columbus é virgem e não tem muita sorte com as meninas. Até porque ele é cheio de manias e fobias e vive trancado em seu apartamento. No dia que ele achou que seria o seu grande dia de sorte, que foi o dia em que a gatíssima moça do apartamento vizinho dormiu ao seu lado, ele teve que matá-la logo em seguida. A contaminação havia começado.

Agora Columbus tem como meta chegar à casa de seus pais. Quem sabe eles ainda estão vivos. No meio do caminho, ele encontra um sujeito que sabe se virar muito bem naquele mundo infestado, Tallahassee, vivido por um Woddy Harrelson muito à vontade no papel. Os dois encontram uma dupla de meninas que também aprenderam a ser espertas para sobreviver, Wichita (Emma Stone) e Little Rock (Abigail Breslin). Mas no início pelo menos, a relação entre meninos e meninas não é muito amistosa. Mas como o jovem Columbus conseguirá resistir aos encantos e o jeito selvagem da bela Wichita?

De bônus, o filme conta com uma ponta de Bill Murray. Fazendo o papel de si mesmo, Murray torna o filme memorável no pouco tempo em que aparece. Meio que compensa o humor nem sempre eficiente do filme, os clichês manjados das comédias românticas e a leveza extrema no território do horror, que faz com que os zumbis não despertem medo ou repulsa nem a criancinhas em lactação.

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