segunda-feira, novembro 08, 2004

OS ESTRANGEIROS E A FRANÇA



O fim de semana foi até legal. Pena ter perdido VALENTIN, na sessão de arte, mas foi por uma causa justa: ganhar 50 reais apenas pra fazer uma prova. Vi três filmes no cinema - dois do circuitão e um da mostra de cinema francês -, fui ao show (bem interessante) do Cordel do Fogo Encantado no Dragão do Mar no sábado e, depois do show, ainda fomos dar uma de voyeurs em frente a uma boate onde estava acontecendo um Halloween, só pra ver as fantasias dos gays e olhar belas lésbicas se beijando. O Dragão do Mar nesse fim de semana estava animadíssimo, em clima de festa mesmo. Foi lá no Dragão, no Espaço Unibanco Dragão do Mar, que eu vi esses dois filmes produzidos na França, mas que se passam em outros países e são falados em outra língua. Breves impressões dos filmes, abaixo.

BALZAC E A COSTUREIRINHA CHINESA (Balzac et la Petite Tailleuse Chinoise)

Filme que se passa durante a revolução comunista do presidente Mao, em uma comunidade rural da China. É lá que dois jovens citadinos e filhos de capitalistas são enviados para serem "corrigidos". BALZAC E A COSTUREIRINHA CHINESA (2002) ganha pontos em não pintar de diabos os líderes comunistas, mas faz questão de mostrar o erro do regime em proibir livros de países capitalistas. Por causa do interesse dos rapazes por uma jovem costureirinha em aprender mais sobre outros países, eles conseguem alguns livros proibidos para que possam ler para ela, às escondidas. O filme não me aborreceu, mas também não conseguiu me envolver o bastante para que eu ficasse emocionado com o drama dos personagens. Mas é um bom filme, com bela fotografia em scope, valorizando as paisagens e o verde. Falado em mandarim, na maior parte do tempo, o filme recebeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro.

DESDE QUE OTAR PARTIU (Depuis qu'Otar est parti...)

Esse foi o único filme que eu vi da Mostra de Cinema Francês nesse ano. (Pena que não vai dar pra eu conferir NOSSA MÚSICA, do Godard, agendado pra amanhã à noite.) Assim que eu percebi que DESDE QUE OTAR PARTIU (2003) era uma variação do tema de ADEUS, LENIN!, de Wolfgang Becker, comecei a ficar aborrecido. Eu já tinha me irritado bastante com o filme alemão, com aquela história de enganar uma pessoa, de sustentar a mentira. Não sei porque isso me incomoda tanto. Bom, pelo menos não sei se dá pra acusar algum dos filmes de plágio, já que ambos foram produzidos no mesmo ano. Deve ter sido apenas coincidência, então. Na trama, mãe e filha tentam esconder da avó o fato de que seu filho Otar faleceu. Ao contrário de ADEUS, LENIN!, que era uma comédia, esse filme falado em georgiano e russo (a história se passa na Geórgia), é mais dramático, mais sério. Outra semelhança entre os dois filmes é que ambos mostram países que estão se adaptando a um novo regime, depois de uma longo período comunista. Como estava meio impaciente, o filme não foi uma experiência muito prazeirosa.

O mesmo não pode ser dito dos curtas brasileiros(que eu vi antes do longa) do projeto "Curta Petrobrás às 6". Recomendo quem é de Fortaleza a ir conferi-los até quinta, já que a partir de sexta, vão exibir novos curtas. É de graça. Dos curtas que eu vi, achei fantástico BALA PERDIDA (2003), de Victor Lopes. Apesar de sustentados muito no diálogo, AMAR (1997), de Carlos Gregório, e PRACINHA (2003), de Fabiano Maciel, são engraçados e inteligentes. Só BANQUETE (2003), de Marcelo Laffite, não é bom.

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