quarta-feira, setembro 23, 2015
SEIS COMÉDIAS
Mais uma postagem com o objetivo de despejar alguns títulos vistos há algum tempo e que precisam ser comentados para diminuir a lista interminável dessa minha obrigação de escrever sobre todos os filmes vistos. Será preciso mais posts como esses para que eu consiga diminuir pelo menos pela metade a lista atual, que tem cerca de 80 títulos.
O ÂNCORA - A LENDA DE RON BURGUNDY (Anchorman – The Legend of Ron Burgundy)
Engraçado que eu vi este filme em casa com a intenção de ver a sua continuação no cinema, coisa que acabou não rolando. O ÂNCORA – A LENDA DE RON BURGUNDY (2004) é um filme que tem os seus momentos e deve muito disso ao bom desempenho de Will Ferrell. Por mais que ele não seja uma unanimidade na comédia americana atual, ele consegue sim ser muito engraçado quando está inspirado ou dispõe de bons textos. Infelizmente O ÂNCORA é um pouco irregular, mas tem bons momentos, duelo de sexos, nos apresenta à misoginia típica das empresas da época, e ainda conta com um elenco de apoio mais do que respeitável, principalmente hoje em dia: Paul Rudd, Steve Carell, Christina Applegate, Seth Rogen, entre outros. A continuação se chamou aqui no Brasil TUDO POR UM FURO (2013) e também é dirigida por Adam McKay.
QUERO MATAR MEU CHEFE 2 (Horrible Bosses 2)
Infelizmente a continuação do ótimo QUERO MATAR MEU CHEFE (2011), de Seth Gordon, não foi muito bem sucedida. Com a mudança de diretor – entrou Sean Anders, que por acaso ou não fez o ótimo FAMÍLIA DO BAGULHO (2013) – a coisa desandou um pouco. Mas talvez nem tenha sido culpa de Anders, mas de um roteiro mais esperto, já que a turma era praticamente a mesma e eles já estavam entrosados. Na trama, Dale, Kurt e Nick (Charlie Day, Jason Sudeikis e Jason Bateman, respectivamente) resolvem montar a própria empresa, mas acabam sendo ludibriados e perdem tudo. Optam, então, por uma outra solução drástica: um sequestro. Jennifer Aniston volta ao papel de ninfomaníaca, que, aliás, lhe cai muito bem. Sem falar que o restante do elenco de apoio, incluindo aqueles que retornam para os seus papéis (como Jamie Foxx), é um trunfo e tanto, embora não tenha tido resultado muito favorável no final.
A NOITE DA VIRADA
Curiosamente A NOITE DA VIRADA (2014) foi uma comédia que não foi muito bem recebida nos cinemas, o que já apontou para uma crise de um gênero que parecia ser certeza de sucesso para o grande público. E é um filme que mereceria um pouco mais de atenção, já que é um dos bons exemplares. Fábio Mendonça, que só havia dirigido coisas para a televisão e curtas-metragens, comanda um elenco bem divertido na história de uma festa em um apartamento cheia de muitas confusões. Na trama, Ana (Júlia Rabelo) resolve fazer uma festa de reveillon em seu apartamento, reunindo vários amigos. O que ela não sabe é que o marido (Paulo Tiefenthaler) a está traindo com a vizinha (Luana Piovani), que por sua vez é casada com um homem que considera meio molenga (Marcos Palmeira). Depois de confessar a traição, a festa vira um caos e os dois casais acabam formando uma espécie de quadrado amoroso, enquanto o banheiro é palco de confissões, uma suposta morte e até mesmo tráfico de drogas (Taumaturgo Ferreira é um traficante simpático). Bem divertido.
SEM DIREITO A RESGATE (Life of Crime)
Quem gosta de JACKIE BROWN, de Quentin Tarantino, deve ficar especialmente interessado nesta gostosa comédia inspirada em um livro de Elmore Leonard e que também conta com alguns personagens vistos no filme de Tarantino, só que aqui interpretados por outros atores. No caso, sai Bridget Fonda e entra Isla Fisher para o papel de Melanie, e sai Samuel L. Jackson e entra Yasiin Bay, para o papel do traficante Ordell. Trata-se, portanto, de uma história que antecede os eventos de JACKIE BROWN. Na trama de SEM DIREITO A RESGATE (2013), dois criminosos sequestram a mulher de um executivo (Jennifer Aniston), mas encontram dificuldades nas negociações pois o sujeito (Tim Robbins) não tem muito interesse em ter a mulher de volta ou pagar uma fortuna por ela. A conclusão acaba sendo não apenas divertida, mas até mesmo excitante.
A ESPIÃ QUE SABIA DE MENOS (Spy)
Por mais que eu ainda não seja fã de Melissa McCarthy, não dá pra negar que ela está muito bem neste A ESPIÃ QUE SABIA DE MENOS (2015, foto), de Paul Feig, responsável pelo ótimo MISSÃO MADRINHA DE CASAMENTO (2011), ainda o ponto alto de sua carreira. Mas o novo filme, além de ser a terceira parceria dele com McCarthy no cinema, segue também a cara de filme milionário que já possuía o seu trabalho anterior, AS BEM-ARMADAS (2013). Assim, há muitas explosões e perseguições e agora há também todo o luxo de locações na Europa, como nos thrillers de espionagem (James Bond, principalmente) que eles tentam homenagear. O filme ainda conta com boas participações de Rose Byrne, Jude Law, além de revelar o talento de comediante de Jason Stathan.
BELAS E PERSEGUIDAS (Hot Pursuit)
Anne Fletcher continua privilegiando personagens femininas em situações engraçadas, como já pudemos ver em filmes bem melhores e mais simpáticos, como VESTIDA PARA CASAR (2008) e A PROPOSTA (2009). BELAS E PERSEGUIDAS (2015) traz Reese Whiterspoon como uma policial correta que acaba levando a pior ao ser traída por uma corporação corrupta, durante o processo de testemunha da mulher de um mafioso, vivida por Sofía Vergara. A policial acaba entrando em maus lençóis, tanto por estar ainda querendo desempenhar a sua boa função, mas as coisas não ficam fáceis quando ela passa a ser tida como criminosa foragida. BELAS E PERSEGUIDAS, no final, acaba sendo uma diversão bem despretensiosa que conta com alguns bons momentos, muito por causa do bom desempenho do par de atrizes. Sofía Vergara, em especial, com um acento hispânico carregado, acaba ficando bem engraçada. Faltou pouco para ser uma boa comédia.
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