quinta-feira, janeiro 15, 2015
INVENCÍVEL (Unbroken)
Pelo visto Angelina Jolie ainda não aprendeu a dirigir. Ou pelo menos a dirigir um bom filme. Depois de uma estreia meia-boca com NA TERRA DE AMOR E ÓDIO (2011) ela volta a escolher a guerra em um país distante e em outro tempo no novo INVENCÍVEL (2014), que é daqueles filmes de superação que não conseguem nem mesmo ser suficientemente cafonas. E olha que ela tinha nas mãos uma história e tanto, mas sabemos que desde o início a intenção é mesmo fazer um filme que mostrasse a força e obstinação de um homem.
INVENCÍVEL também tem uma intenção de agradar a um público religioso, conforme veremos ao longo de sua metragem, e em especial em sua conclusão. Não deixa de ser interessante, já que pouco sei sobre as crenças e a fé de Angelina Jolie, embora seja de conhecimento geral suas boas ações e seu bom coração no que se refere a ajudas humanitárias.
O filme acompanha um fato quase inacreditável da vida de Louis Zamperini (Jack O’Connell), um atleta olímpico que se alista no bloco dos aliados na Segunda Guerra Mundial e vai parar, depois de muito tempo à deriva no mar cheio de tubarões, nas mãos de perversos militares japoneses. Um dos oficiais, Watanabe (Takamasa Ishihar), também conhecido como "a ave", pega Louis pra Cristo e verifica-se uma sutil tensão sexual entre os dois (ou pelo menos por parte do japonês), lembrando outro filme muito superior, FURYO – EM NOME DA HONRA, de Nagisa Oshima, muito mais explícito nesse sentido.
INVENCÍVEL também peca por construir cenas de batalha aérea que não oferecem emoção alguma, mesmo com todos os efeitos especiais disponíveis atualmente. Curiosamente, na década de 1930, Howard Hawks e outros diretores que gostavam de aviação, filmavam ataques aéreos que nos deixavam com o coração na mão. E eles dispunham tecnicamente apenas de back projection.
No mais, as idas e vindas no tempo para mostrar o passado do personagem e nos ajudar a conhecê-lo melhor acabam travando a narrativa, que desde o começo, durante a guerra, já não era lá essas coisas. O jovem Jack O’Connell até dá o melhor de si, mas não pôde carregar o filme nas costas. Um filme que tem como um de seus ápices justamente o momento mais constrangedor. Do tipo: se dava para encarar INVENCÍVEL como algo mais ou menos digno, depois dessa cena, o filme perde o pouco do respeito que até então poderia ter.
INVENCÍVEL foi indicado ao Oscar nas categorias de edição de som, mixagem de som e fotografia.
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