terça-feira, janeiro 21, 2014

MUITA CALMA NESSA HORA 2























Definitivamente, MUITA CALMA NESSA HORA 2 (2014) não é um filme para priorizar a ida ao cinema, mas também não é tão feio como alguns pintam. Querendo ou não, criamos, a partir de uma longa lista de filmes horrorosos, claro, um preconceito com as novas comédias brasileiras, as que contam com o apoio da Globo Filmes. Mas, o primeiro filme, de 2010, é sim um dos exemplares mais divertidos da safra recente.

A continuação aproveita a popularidade e a simpatia do primeiro filme para trazer de volta as quatro amigas, que agora se encontram no Rio de Janeiro em um festival de rock. Bom, o festival é de rock, mas tinha que ter também show do Chiclete com Banana, para fazer piada com o personagem chicleteiro de Lúcio Mauro Filho, que tem um timing para comédia muito bom, como comprovou em VAI QUE DÁ CERTO. Seu papel em MUITA CALMA NESSA HORA 2 é muito pequeno, mas bem divertido. Marcelo Adnet, por outro lado, está mais presente, e reprisa uma cena engraçada do primeiro filme. Afinal, fazer comédia também lida com repetição.

Quanto às quatro amigas, nem todas recebem subtramas interessantes. A mais bela, mas não necessariamente a mais valorizada pela beleza, a morena mignon Andréia Horta, acaba não ganhando uma trama interessante, servindo mais de escada para as demais, por mais que seu nome seja o primeiro dos créditos e ela apareça bastante. Quem assistiu a minissérie ALICE, da HBO, certamente não esqueceu mais desta moça, que infelizmente não tem feito muito cinema.

Já Gianne Albertoni é vendida como a mais bela das quatro. Até por ser mais alta e mais vistosa. A subtrama dela é interessante, pois lida com um grupo que brinca com o Los Hermanos, que no filme são quatro barbudos chamados de Los Cunhados. Convenhamos que não chega a ser um humor fino, mas a brincadeira com a banda carioca, até por mostrá-los simpáticos e afáveis, não chega a ofender e rende alguns momentos divertidos.

Menos sorte tem a loirinha Fernanda Souza que ganha uma subtrama bem ruim, envolvendo uma mulher que prevê seu futuro (Heloísa Périssé) e diz que, em vez de um namorado, vê para ela uma tal Maria, o que faz com que a moça fique logo cismada com a possibilidade de se apaixonar por outra mulher.

Já a subtrama envolvendo Débora Lamm é uma das melhores do filme. Seu pai argentino (que fala um portunhol fajuto) está montando um hotel, já contando com a herança que ele supostamente receberá da avó da garota. O problema é que Estrela, a personagem de Débora, chega apenas com uma samambaia num vaso como herança. A plantinha que ela leva para todos os lugares foi também sua marca registrada no primeiro filme, que brinca bem mais com cenas envolvendo maconha.

MUITA CALMA NESSA HORA 2 é bem mais careta, nesse sentido, certamente para diminuir a classificação indicativa e aproveitar a boa popularidade do primeiro filme entre a plateia mais jovem a fim de faturar muito mais. Por enquanto é o filme brasileiro que, junto com CONFISSÕES DE ADOLESCENTE – O FILME, tem mais chances de capitalizar bem nas bilheterias neste início de ano. O cinema brasileiro mais comercial, esse das comédias, anda tão popular que briga sem problemas com as produções hollywoodianas. Para o bem e para o mal.

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