sexta-feira, julho 05, 2013

TRUQUE DE MESTRE (Now You See Me)























O mês de julho costuma ser o pior mês em termos de lançamentos no cinema. Por mais que os grandes blockbusters sejam bons, acabam não deixando espaço para outras opções. Por isso é o melhor mês para tirar o atraso, vendo em casa grandes filmes que provavelmente você nunca (mais) verá no cinema. Mas de vez em quando a gente dá um voto de confiança para os lançamentos, ainda mais um com um elenco atraente como o deste TRUQUE DE MESTRE (2013), de Louis Leterrier. Uma pena que o resultado seja tão decepcionante.

O começo até que é bem promissor, com a apresentação dos chamados Quatro Cavaleiros (Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Isla Fischer e Dave Franco), especialistas em ilusionismo. Depois da reunião dos quatro, um salto no tempo para o espetáculo em um teatro enorme em Las Vegas, lugar onde eles efetuarão um truque que deixará a plateia do teatro e o próprio espectador impressionados: o truque do dinheiro roubado instantaneamente de um cofre em Paris. É instigante. Assim como também é, logo após, o confronto do quarteto com a polícia, representada por Mark Ruffalo e Mélanie Laurent, moça que, aliás, é sempre um prazer de ver.

O problema é que logo o filme vai perdendo fôlego, principalmente quando passa a ser cada vez mais um jogo de gato e rato com a polícia. Sabemos que no final haverá alguma revelação inesperada, mas é impressionante como esse tipo de revelação só mostra a fragilidade da construção narrativa, elaborada a seis mãos.

É preciso, por exemplo, que o personagem do mentalista vivido por Woody Harrelson diga que há uma tensão sexual entre os dois agentes (Ruffalo e Laurent) para que isso passe a ser verdade, pois até aquele momento o filme não havia construído nada entre eles. E quando finalmente acontece alguma coisa, é bem broxante. Mais: a atuação de garoto esperto de Jesse Eisenberg é quase uma cópia de A REDE SOCIAL, de David Fincher. Aproveita-se a persona criada pelo ator para não precisar aprofundar nada no personagem.

Morgan Freeman, como o velho especialista em desmascarar ilusionistas, também atua no piloto automático, assim como Michael Caine e o próprio Ruffalo, que até pouco tempo atrás era visto como uma das revelações de sua geração. Mas até aí tudo bem, levando-se em consideração que se trata de um filme de ação, de jogos, uma obra que poderia ser uma grande brincadeira sobre a arte da ilusão. Acaba parecendo um grande nada, cujo único propósito de divertir também é uma falha. Principalmente com um final tão ruim.

Aí a gente lê uma matéria na internet sobre Louis Leterrier, em que o diretor diz que O INCRÍVEL HULK (2008) e FÚRIA DE TITÃS (2010) não são seus filmes, apesar de tê-los dirigido. Como se ele fosse um grande autor, com uma filmografia de respeito para se orgulhar.

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