quinta-feira, novembro 01, 2012

POSSESSÃO (The Possession)



Não dá para ignorar as qualidades de POSSESSÃO (2012), o filme que marca o retorno do cineasta dinamarquês Ole Bornedal, de O PRINCIPAL SUSPEITO (1997), a Hollywood. Desta vez, com a bênção de Sam Raimi, que bem que deveria estar fazendo mais filmes de gênero - o homem está fazendo corpo mole.

Clichês em filmes de horror, pelo menos nos mais convencionais exemplares, são praticamente inevitáveis. Por isso, a graça está em ver o que esses filmes trazem de diferente. No caso de POSSESSÃO, o que há de diferente é a caixa com um ser maligno dentro dela, e o fato de podermos ver um exorcismo feito por um rabino. Pelo menos foi a primeira vez que vi um filme com um exorcista judeu. Isso pode ter sido apenas para diferenciá-lo de tantos títulos de exorcismo que já foram feitos desde que William Friedkin fez história com seu filme em 1973. Inclusive, a máquina de tomografia, a mudança da voz da menina e os efeitos especiais durante o procedimento de tirar o diabo do corpo da garota estão presentes.

No mais, apesar da sensação de déjà vu, o filme é envolvente o suficiente para nos deixar interessados. Inclusive aquela história de o sujeito, no caso, o pai da menina (Jeffrey Dean Morgan), descobrir primeiro que ela está possuída enquanto a mãe (Kyra Sedwick) achar que ele está mentindo, embora um tanto manjada, funciona que é uma beleza aqui. Chega a ser até um alívio quando vemos a mãe surpreendendo a filha "atacando a geladeira", que aliás é uma das melhores sequências do filme.

O tom de fábula, representado pela caixa, é outro elemento que faz de POSSESSÃO um filme que foge do vulgar, bem como a inventividade da mão do demônio saindo pela boca do possuído, que aparece já no cartaz e um pouco no trailer. No quesito interpretações, destaque para as duas meninas, Natasha Calis, que interpreta a garota possuída, Emily, e Madison Davenport, que faz o papel da irmã mais velha, Hannah.

Ainda assim, nadando contra a maré, considero FILHA DO MAL o melhor filme de possessão demoníaca do ano. Quiçá, o melhor horror do ano.

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