quarta-feira, setembro 07, 2011
TODO MUNDO TEM PROBLEMAS SEXUAIS
Fazia tempo que eu não via tantas pessoas saírem no meio de um filme como na sessão do último sábado de TODO MUNDO TEM PROBLEMAS SEXUAIS (2008). O filme de Domingos de Oliveira, exibido em festivais em 2008, ficou de molho todo esse tempo e só foi lançado no circuito comercial este ano. Quanto ao fato de tanta gente ter desistido do filme no meio da sessão, acredito que é por ter sua exibição em cinema de shopping e em horários normais e não em uma "sessão de arte" ou em cinemas alternativos, em que o público está mais preparado para ver algo minimamente diferente do feijão com arroz exibido no circuitão.
E olha que TODO MUNDO TEM PROBLEMAS SEXUAIS é um filme bem divertido. É curto, dividido em cinco episódios e ainda conta com o talento de um ator popular e que se dá muito bem em comédias como Pedro Cardoso. Aliás, o único episódio em que ele não aparece é justamente o mais fraco. O filme deve muito a ele. O que talvez tenha incomodado à audiência é o principal diferencial: o fato de o diretor ter optado por intercalar cenas feitas exclusivamente para o filme com cenas exibidas no teatro, quando a obra ainda era uma peça teatral de sucesso - um recurso bem interessante, aliás, e que torna o filme maior do que ele seria se fosse apenas uma adaptação convencional da peça.
Nos episódios, há situações bem engraçadas, como a do sujeito que sofre de impotência e esconde da amante o fato de ter tomado Viagra para dar uma surra de cacete na mulher. O problema é quando ela descobre. Outro episódio divertido é aquele que mais usa palavrões, mas nada muito grave. Pedro Cardoso é um atendente de farmácia doido para pegar a sua colega de trabalho, que é aquele tipo de mulher que adora deixar os homens excitados, mas que não "dá". O episódio final, do rapaz com tendências homossexuais, também com Pedro Cardoso, causa muitas gargalhadas. Ah, e o filme ainda conta com a participação sempre bem vinda da sempre linda Cláudia Abreu.
A intenção de Domingos de Oliveira de fazer esse diálogo com o teatro, ele mesmo fazendo questão de explicar pessoalmente sua opção no início do filme, é perfeitamente compreensível. A obra tem muito mais chances de agradar no teatro do que no cinema, mas fico feliz que ela tenha sido transportada para as telas, tornanda-se de mais fácil acesso a um público maior. Afinal, uma peça de teatro, por melhor que seja, não viaja o país inteiro.
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