quinta-feira, novembro 04, 2010

FEDERAL



Nunca saí da sessão de um filme com um público tão revoltado quanto o da última terça-feira. Com gritos de "vá tomar no cu" e de "quero meu ingresso de volta", a plateia indignada não acreditava no que estava vendo. E não é para menos. FEDERAL (2010), a estreia na direção de longas de ficção de Erik de Castro, é uma produção amadora e muito, mas muito picareta. No pior sentido do termo. E nem me refiro ao fato de eles estarem tentando comer pelas beiradas, seguindo o rastro do sucesso de TROPA DE ELITE 2, que pode ter deixado o público pensando que todo filme policial brasileiro agora é muito bom. E eis que nos deparamos com uma obra ruim em todos os aspectos.

O som estava tão ruim que não dava pra ouvir as falas de Selton Mello e mesmo os diálogos em inglês, aproveitando a boa vontade de Michael Madsen no elenco, são constrangedores. Detalhe é que o longa foi filmado em 2006 e só agora foi lançado nos cinemas. Talvez estivessem tentando arrumar a presepada que fizeram na sala de montagem. Em vão. Há certos momentos em que não se entende patavina do que está acontecendo, tal a falta de capacidade do diretor, dos roteiristas e do montador de saberem juntar os cacos e contar pelo menos uma história com algum sentido. Além do mais as cenas de ação - tiroteio, luta corpo-a-corpo, perseguição - são bem toscas.

Nem dá pra fazer uma sinopse do filme, pois é tudo uma confusão dos diabos. Carlos Alberto Ricelli é um policial veterano, daqueles que gostam de usar métodos dos tempos da ditadura. É casado, tem uma mulher grávida e carinhosa em casa. Selton Mello é o policial mais jovem, que não curte muito esse negócio de pegar informações usando sacos na cabeça das pessoas, mas que é adepto de cocaína de vez em quando. Os outros dois amigos que fazem parte do quarteto de federais acabam se tornando quase figuração. Eduardo Dusek é o sujeito corrupto, o líder do tráfico em Brasília e que faz negócios com o americano Michael Madsen. Pra não dizer que não gostei de nada, há uma beldade em duas cenas sensuais: a colombiana Carolina Gómez. Mas nada que justifique a ida ao cinema.

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