sexta-feira, janeiro 15, 2010

A VIDA ÍNTIMA DE PIPPA LEE (The Private Lives of Pippa Lee)























Ainda da safra de filmes vistos no ano passado, A VIDA ÍNTIMA DE PIPPA LEE (2009) foi visto na véspera de natal, assim que eu fui liberado do trabalho. Não foi lá muito negócio ter almoçado no shopping e ter visto um filme meia-boca, mas valeu assim mesmo, até por eu já acompanhar o trabalho de Rebecca Miller há algum tempo. Apesar de contar com um elenco bem mais recheado de astros, a diretora faz aqui um trabalho inferior aos três anteriores - ANGELA (1995), O TEMPO DE CADA UM (2002) e O MUNDO DE JACK E ROSE (2005) -, mas seguindo a tendência de abordar o universo feminino com alguma propriedade.

Robin Wright Penn é a Pippa Lee do título em sua versão mais madura. Nos flashbacks, quem interpreta a personagem adolescente é a bela Blake Lively, conhecida de quem vê a série GOSSIP GIRL (não é o meu caso). Assim como O TEMPO DE CADA UM, o novo filme é uma adaptação de um romance escrito pela própria diretora. As origens literárias parecem evidentes na rapidez com que os eventos se sucedem e no farto uso da voz da narradora. Não que isso incomode. O que falta é mesmo força na condução da trama e personagens mais interessantes.

O elenco cheio de astros é convidativo. Além das duas estrelas que interpretam Pippa Lee, o filme ainda conta com Alan Arkin, Keanu Reeves, Julianne Moore, Maria Bello, Winona Ryder e Monica Bellucci. O papel da Bellucci, aliás, bem que poderia ser melhor desenvolvido. Passa a impressão de que ela aceita esses papéis pequenos e até ridículos só pela chance de trabalhar nos Estados Unidos. Melhor seria ficar na Europa mesmo. Outra que não é beneficiada é Julianne Moore, atriz de primeira grandeza em Hollywood, mas que também ganha um papel bem besta, como uma lésbica que acolhe a jovem Pippa em sua casa.

O filme lida com dramas existenciais, com o vazio, o suicídio e a dependência química, coisas pesadas que num filme mais denso e sem muitas concessões poderiam render algo muito bom. O que temos é uma história até leve e sem inspiração sobre a independência da mulher madura. Não deixa de ter a sua validade, mostrar o drama da mulher de cinquenta anos. Ter cinquenta anos hoje é como ter quarenta, anos atrás, não é? O filme é um pouco o reflexo dos tempos atuais.

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