quarta-feira, janeiro 06, 2010

QUANDO CHEGA A ESCURIDÃO (Near Dark)























Mais de vinte anos atrás, antes da forte recepção crítica de GUERRA AO TERROR (2008), Kathryn Bigelow já explorava o seu gosto pela ação e pela temática do vício em um filme de vampiros diferente. Assim como o elogiado drama de guerra fortemente cotado ao Oscar e como CAÇADORES DE EMOÇÃO (1991), QUANDO CHEGA A ESCURIDÃO (1987) também lida com o tema do vício. No caso, o viciado seria um caubói (Adrian Pasdar) infectado por uma bela vampira (Jenny Wright) e passando por dolorosas crises de abstinência quando não consegue sangue. Poderia ser um filme de vampiros como outro qualquer, mas Bigelow enfatiza essa situação. Bem como, claro, o gosto por cenas de ação e explosões. Assim, um filme classificado como do gênero horror, tem muito dos filmes de ação dos anos 80 e dos westerns, com destaque para a sequência no bar, que lembra os tradicionais tiroteios. Os próprios vampiros também usam armas.

QUANDO CHEGA A ESCURIDÃO também se diferencia em muito de vários filmes de vampiros convencionais. Os vampiros não têm aquelas presas salientes, por exemplo. A palavra "vampiro" também nunca é mencionada. Mas isso não é tanta novidade assim, já que esse detalhe já era explorado pelo cinema europeu. O filme de Bigelow pode fazer as novas plateias lembrarem da série TRUE BLOOD, devido à ambientação rural. Entre os nomes mais conhecidos do elenco, há Lance Henriksen e Bill Paxton como membros da família de vampiros. Seus melhores momentos são quando assistimos a um genocídio na já citada sequência do bar.

QUANDO CHEGA A ESCURIDÃO valoriza bastante as imagens do deserto, tanto durante o dia quanto nas cenas noturnas. Gosto muito de uma das primeiras cenas do filme, quando a vampirinha de cabelos curtos pede para o jovem caubói "ouvir a noite". Há certa magia nesse momento. E por mais que Bigelow enfatize a ação, a relação dos dois é também destaque. Outra coisa fora do comum no filme é a sua conclusão. Que só aumenta a ideia da obra como metáfora sobre a droga e seus efeitos.

QUANDO CHEGA A ESCURIDÃO marcou a estreia solo de Bigelow na direção de longas-metragens. Curiosamente, ela foi vista pelo produtor como incapaz de dirigir um filme sozinha e ficou trabalhando a título de experiência por cinco dias. Saiu-se tão bem que manteve o emprego e se transformou numa grande diretora.

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