sexta-feira, maio 15, 2009

LOST - A QUINTA TEMPORADA COMPLETA (Lost – The Complete Fifth Season)























Antes de começar, um aviso de que esse texto pode conter spoilers. Depois do aviso, posso começar dizendo que se a quinta temporada (2009) não foi tão empolgante e instigante quanto a anterior, serviu para colocar vários pingos nos is. A penúltima temporada tem uma cara própria e o seu principal tema é o destino. Tanto destino no sentido de missão, quanto destino no sentido de acontecimento que pode ou não ser revertido. No final da temporada passada, Ben muda a ilha de lugar, para evitar que seu arquiinimigo, Charles Widmore, consiga rastreá-la novamente. E isso faz com que aqueles que continuam na ilha passem a viajar no tempo, passeando por diversos períodos da história do lugar, finalmente parando - graças a uma intervenção de Locke - no ano de 1977, com a Iniciativa Dharma em plena atividade, trabalhando na construção das diversas estações que aparecem desativadas quando nossos heróis embarcam na ilha.

Houve quem não gostasse dos exageros de ficção científica e do tom às vezes debochado dessa temporada – devido às sempre divertidas tiradas de Hurley, que ora faz uma comparação da relação de Miles e seu pai com Luke Skywalker e Darth Vader; ora brinca com um filme clássico de viagem no tempo: DE VOLTA PARA O FUTURO. Quanto ao lado mais sério da série, nem sempre a quinta temporada conseguiu ser feliz. Em alguns momentos, inclusive no episódio final duplo ("The Incident"), as interpretações do elenco nas cenas mais dramáticas pareceram forçadas e pouco convincentes, quando poderiam ser emocionantes e capazes de provocar o choro da audiência. Mas vai ver eu fiquei mais exigente depois de ver JOHN ADAMS para reclamar desse tipo de coisa.

O que há de muito interessante nesse último episódio é que tudo parece tão louco que na cena do sugamento magnético o clima é surreal. Senti-me como se estivesse num sonho. E a julgar pela tela branca no final, que dá a entender é de que tudo será diferente na sexta e última temporada. O problema do final da temporada é que tudo acontece muito rápido. Os personagens mudam de ideia de uma hora para a outra e o mínimo de verossimilhança necessária - dentro do que pode haver numa série que trata de viagens no tempo e ilhas que se movem - é ameaçada. Mesmo assim, LOST é tão gostosa de assistir que esses problemas incomodam muito pouco.

A quinta temporada trouxe de volta os flashbacks, depois dos empolgantes flashforwards da temporada passada. Mas nem todo episódio dessa temporada utilizou esse recurso. O que é bom, pois desengessou a série. Em alguns episódios as mentes criativas preferiram colocar a ação centrada na ilha, não focando especialmente em nenhum personagem em particular; em outros, naqueles que estavam fora da ilha; e um bem especial, "The Life and Death of Jeremy Bentham", traz uma dinâmica diferente, se destacando dos demais - ainda que não seja necessariamente o meu favorito da temporada. E se as brincadeiras de viagem no tempo já ficam divertidas com a maior parte da turma principal em 1977, um personagem especial, Daniel Faraday, trata de virar tudo de cabeça pra baixo, ao apontar a possibilidade de se mudar o destino de todos, o que faria com que Jack e Kate, por exemplo, nunca se conhecessem.

Kate, se não teve tanto destaque quanto na temporada passada – perdendo muitas vezes o foco das atenções para sua rival, Juliet – ao menos teve um episódio especial centrado nela, onde ficamos sabendo o que Sawyer disse para ela antes de pular do helicóptero na temporada passada. A cena dela com Aaron num supermercado é angustiante. E no que se transformou Locke? O "morto-vivo" voltou bem diferente na nova temporada e só saberemos o que de fato aconteceu com ele no próximo ano, quando também deveremos ter mais detalhes de qual o papel do misterioso Jacob no destino de todos.

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