domingo, fevereiro 19, 2006
JOHNNY E JUNE (Walk the Line)
O que dizer sobre JOHNNY E JUNE (2005)? O filme é bastante agradável, fala de um cantor cultuado e com uma história de vida bastante interessante - regada a muito álcool e pílulas - e foca a atenção principalmente na relação dele com a cantora June Carter. Mas é um filme apenas correto, exatamente como RAY, outra cinebiografia de um cantor famoso que chegou às nossas telas no ano passado. Assim como o filme sobre Ray Charles, JOHHNY E JUNE é também dirigido por um cineasta competente mas que não possui uma marca autoral ou uma filmografia mais regular ou consistente: James Mangold. Se bem que eu gosto pra caramba de IDENTIDADE (2003), um ótimo filme de terror/suspense. E COP LAND (1997) também é interessante.
Para os fãs de Johnny Cash, JOHNNY E JUNE é obrigatório, apesar de alguns pequenos problemas. A relação com o pai (Robert Patrick), por exemplo, não é muito convincente. O velho é sempre mostrado da mesma maneira, tratando mal Johnny e preferindo sempre o filho mais velho, que morre no início do filme. O pai de Johnny é quase o oposto do pai de 2 FILHOS DE FRANCISCO, uma cinebiografia de artistas que eu considero bem melhor resolvida que as citadas produções gringas. O trauma da morte do irmão de Cash é um dos pontos fortes do filme, assim como os contatos com os astros de rock da época (Elvis Presley, Jerry Lee Lewis).
Mas o grande momento de JOHNNY E JUNE é mesmo o show que ele faz na prisão Folsom. Tanto que, depois que o filme começa, mostrando Cash na prisão, momentos antes do show para os presidiários, e depois volta no tempo para a infância do cantor, eu fiquei logo impaciente. Queria ver logo a cena da prisão. Desde que ouvi o disco "Johnny Cash at Folsom Prison" que eu fiquei curioso pra saber mais sobre aquele dia, ver com meus próprios olhos a reação dos detentos à música de Cash, que tratava de pessoas marginalizadas. O disco, gravado ao vivo em 1968, é um dos mais populares do cantor.
JOHNNY E JUNE também pode ser visto como um filme de ator (Joaquin Phoenix) e de atriz (Reese Witherspoon). Phoenix e Reese são dois jovens talentos no auge de suas carreiras. Reese está adorável no papel de June, e Phoenix, quando solta a voz, parece até que o espírito de Johnny Cash baixa nele. Este é mais um exemplo de filme onde forças sobrenaturais parecem atuar na performance dos atores. O mesmo havia acontecido antes com James Foxx em RAY e com Val Kilmer em THE DOORS. Mas acreditar nisso seria duvidar da capacidade dos grandes atores que o cinema americano possui.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário