sábado, novembro 05, 2005

VINCENT PRICE EM TRÊS FILMES



Desde que li as resenhas sobre esses três filmes na saudosa Cine Monstro que tive muita vontade de vê-los. Todos os três receberam cotação máxima pela equipe da revista. E, se na época do lançamento, a distribuição dos filmes da London era problemática por aqui, hoje os três títulos podem ser encontrados a preços populares nos grandes magazines do país, em DVD. Os três filmes são protagonizados por Vincent Price, o maior ícone do cinema de horror americano de todos os tempos. Sem perder muito tempo, vamos a eles.

A CASA DOS MAUS ESPÍRITOS (House on Haunted Hill)

Primeira das duas parceiras de Price com o mestre da picaretagem William Castle, A CASA DOS MAUS ESPÍRITOS (1959) é desses filmes que dá prazer de ver. Contém todos aqueles elementos que tornam o gênero terror algo que no mesmo tempo que nos dá medo, passa uma agradável sensação de segurança, especialmente se estamos assistindo no conforto de nossa cama. E quais seriam esses elementos? Uma casa supostamente assombrada, relâmpagos e trovões, cabeças decepadas encontradas na casa, um esqueleto que anda etc. Claro que o filme já envelheceu bastante para causar qualquer medo, mas permanece o prazer de assisti-lo. Na trama, Price é o dono de uma mansão que convida um grupo de pessoas para uma festa. Sua mansão tem a fama de ser assombrada. As pessoas têm o objetivo apenas de permanecerem vivas até o dia amanhecer. Caso consigam, elas levariam para casa uma boa quantia em dinheiro. O filme decepciona um pouco lá pelo final, por deixar muita coisa em aberto. O final nem parece final, mas se o filme fosse todo certinho, não seria uma obra de Castle. No mesmo ano, o diretor e Price fariam o lendário FORÇA DIABÓLICA. A CASA DOS MAUS ESPÍRITOS foi refilmado recentemente e no Brasil recebeu o título de A CASA DA COLINA (1999).

O CAÇADOR DE BRUXAS (Witchfinder General / Matthew Hopkins: The Conqueror Worm / The Conqueror Worm / Matthew Hopkins: Witchfinder General)

A melhor surpresa dos três. Era justamente o que eu esperava gostar menos (até pelo comentário do Renato, que odiou o filme), e foi o que eu mais gostei. Trata-se mais de um drama do que propriamente um filme de terror, mas é aterrorizante de verdade. A trama se passa na Inglaterra, na época da Revolução Puritana de Oliver Cromwell. O filme mostra os feitos de um homem chamado Matthew Hopkins, general de Cromwell que executava pessoas pela simples suspeita de bruxaria. As cenas mostradas no filme são realmente perturbadoras e revoltantes, principalmente pelo fato de o filho da puta do general usar o nome de Deus para os seus atos ignóbeis o tempo todo. Eu diria que esse é o filme em que Price consegue ser realmente odioso como vilão. Até então, eu sempre o achava um sujeito muito gente fina, por mais malvado que ele fosse nos filmes. O CAÇADOR DE BRUXAS (1968) foi produzido na Inglaterra e foi dirigido por Michael Reeves, que cometeu suicídio meses depois de ter finalizado o filme. Era apenas o quarto filme de Reeves na direção e o mistério de sua morte e a excelência de seus dois últimos filmes o tornaram uma lenda. A trilha sonora do filme é lindona.

TEATRO DA MORTE / AS SETE MÁSCARAS DA MORTE (Theater of Blood)

Esse filme faz com que eu lembre de um papo que eu tive com o Carlão Reichenbach no Cine São Luiz em junho desse ano. Isso porque, ao me falar sobre os filmes de Anthony Hickox, ele me falou que Anthony é filho de Douglas Hickox, e citou justamente esse THEATER OF BLOOD (1973), que conta a genial história do artista que se vinga dos críticos que contribuíram para o seu fracasso. Vincent Price é esse ator de teatro que se vinga dos críticos com requintes de crueldade, sempre se inspirando numa peça de Shakespeare. O filme foi lançado no Brasil por duas distribuidoras, London e PlayArte, daí o duplo título nacional.

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