Quando assisti a primeira temporada de NIP/TUCK (2003), não acreditava tanto na série. Mas resolvi dar uma chance assim mesmo: vi todos os 13 episódios no ano passado e gostei. Mas nada me preparava para a maravilha que seria essa segunda temporada (2004). Ryan Murphy, o criador da série, e diretor de alguns episódios, botou muito mais sexo, violência e casos escabrosos na vida dos cirurgiões plásticos Sean McNamara (Dylan Walsh) e Christian Troy (Julian McMahon). Diferente de algumas séries que enrolam o espectador até o último momento, Ryan Murphy não tem medo de fazer verdadeiras revoluções nas vidas de seus personagens. E eu fiquei tão ligado a eles que cheguei a chorar no penúltimo episódio, no qual Christian suspeita que pode ter contraído AIDS por causa de sua vida sexual promíscua.
No final da primeira temporada, ficamos sabendo que Matt (John Hensley) é, na verdade, filho de Christian. Logo, sabe-se da possibilidade, nessa segunda temporada, de Sean descobrir que sua mulher o traiu com o melhor amigo no passado. Não sei bem porque, mas filmes (ou séries) que mostram famílias se esfacelando e relacionamentos se rompendo de alguma forma mexem comigo. Por isso, acho que um dos melhores episódios dessa temporada foi aquele em que Sean fica sabendo de tudo e esse evento vira pelo avesso a vida de todo mundo da série.
A principal estrela a brilhar nessa temporada é Ava, interpretada pela supersexy Famke Jansen. A mulher é um espetáculo. Ela aparece na vida da turma como uma espécie de terapeuta da vida (life coach, no inglês). Nos episódios em que ela está presente, a temperatura da tv entra em ebulição. Ela é o grande trunfo da série e o último episódio da temporada é justamente centrado nela, trazendo uma revelação bombástica.
Alguns dos casos mais interessantes da série: uma mulher teve o clítoris arrancado quando criança e deseja fazer uma cirurgia corretiva; uma moça aparece na clínica com suspeita do fenômeno "stigmata"; uma cega deseja trocar o globo ocular de modo a não parecer cega; uma modelo é desfigurada por um serial killer; duas irmãs siamesas tentam se separar por causa de um câncer; mulher com os lábios desfigurados utiliza os lábios vaginais para transplante; e por aí vai.
Uma das grandes vantagens das séries em relação aos filmes é que nelas há uma possibilidade maior de aprofundar os personagens, de torná-los mais reais e mais mutáveis. Há um tempo maior para cuidar disso. Por isso, é muito legal ver a série de mudanças que acontece na vida de Sean, que depois da separação tem a chance de ter outras experiências na vida amorosa e de sair um pouco do estilo careta; e na vida de Christian também, que experimenta o amor da paternidade, mesmo sabendo que o filho não é seu biologicamente, além de a mãe do menino ser uma viciada em sexo. Matt - também conhecido como "Michael Jackson Jr" - acaba se envolvendo com Ava, uma mulher bem mais velha do que ele, e que, ainda por cima, tem um filho problemático da sua idade. Quanto à Julia, ela acaba sofrendo muito com a separação e questiona sobre quem realmente é o homem de sua vida.
O último episódio dessa temporada foi exibido ontem pela FOX, que vai reprisar a temporada completa a partir da próxima terça. Portanto, quem perdeu, sugiro que dê uma espiada. Nos EUA, a série está nos episódios finais da terceira temporada, que, a julgar pelos top episodes do site www.tv.com, parece ser ainda melhor do que a segunda! Soube que, por causa das inúmeras reclamações de um grupo conservador, a Toyota cancelou seus anúncios nos intervalos da série por causa das cenas de sexo e violência. Pelo visto, a televisão americana está mais ousada que os filmes hollywoodianos.
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