terça-feira, agosto 03, 2004

O FILHO (Le Fils)



Ontem foi um dia bem agitado e nem tive tempo de escrever para o blog. Hoje é a dor de cabeça que está me incomodando. Tenho medo que essa dor seja uma extensão de meu problema nos nervos dos braços. Tomara que não. Talvez um fim de semana numa casa de praia, relaxando, seja mesmo uma boa pra mim.

Voltando aos filmes. O FILHO (2002), dos irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne, é um ótimo título sobre a dor da perda de um filho. Quando aluguei o filme, eu só sabia disso. Achava que era um filme parecido com O QUARTO DO FILHO, de Nanni Moretti, ou ENTRE QUATRO PAREDES, de Todd Field. Que nada. Além de o filme não mostrar o filho ainda vivo, a forma como O FILHO foi feito é totalmente distinta desses outros filmes, que são mais ligados à narrativa clássica tradicional.

A principal diferença é a câmera. Não há sequer um plano geral no filme todo, o que me incomodou bastante no início. A câmera fica grudada o tempo todo nas costas do personagem principal, o carpinteiro Olivier (Olivier Gourmet). Tem uma hora, inclusive, em que a gente só enxerga a nuca de Olivier. Dá uma sensação de clastrofobia e de impaciência bem desagradável. Parecida com a sensação de quando alguém quer falar perto demais da gente. (Viram aquele episódio de SEINFELD em que aparece um sujeito que fala perto demais das pessoas? Hehehehe).

Mas depois que a gente se acostuma com o estilo da direção, e a história vai ficando mais e mais envolvente, até nos esquecemos um pouco desse detalhe. Lá pelo final do filme a câmera até que está relativamente mais distante.

Não sabia da existência desses diretores belgas, que já haviam realizado dois filmes: A PROMESSA (1996) e ROSETTA (1999). Parece que esses dois filmes também são inimigos dos planos gerais. O DVD vem com entrevistas de cerca de uma hora dos diretores e do ator principal. Chato é quando eles começam a falar dos outros dois filmes e a gente fica sem entender nada.

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