terça-feira, junho 13, 2006

LADY VINGANÇA (Chinjeolhan Geumjassi)



LADY VINGANÇA (2005), o terceiro filme da "trilogia da vingança" de Chan-wook Park, se não é tão bom quanto os dois primeiros, me passou a impressão de ser, dos três, o de maior beleza plástica. O diretor de fotografia é Jeong-hun Jeong, mesmo de OLDBOY (2003). O problema desse terceiro filme se deve mais à frieza com que a trama é tecida. E essa sensação acontece muito por causa da complexidade da narrativa, cheia de personagens, de diferentes narrações em off, de flashbacks que às vezes confundem a nossa noção de tempo. Assim, em nenhum momento nos sentimos solidários à causa da protagonista. Nem mesmo no final, quando descobrimos mais detalhes dos crimes cometidos pelo professor. Diferente de filmes como KILL BILL, THRILLER - A CRUEL PICTURE, DESEJO DE MATAR, OLDBOY ou mesmo SENHOR VINGANÇA (2002), embora esse último apresente a vingança como algo mais complexo em que todos são vítimas.

Em LADY VINGANÇA, mulher vai presa e se finge de boazinha para conseguir logo a sua liberdade condicional. Ela até participa de uma igreja evangélica. Mas é tudo fingimento. Ela na verdade está preparando uma cruel vingança ao homem responsável pela sua prisão e pelo assassinato de várias crianças. Falando assim, tudo parece muito simples, mas a narrativa deixa a situação um pouco mais complicada.

As cenas mais empolgantes são as do final, quando a tal vingança é executada. O filme pertence a essa leva de obras que causam controvérsia por causa da violência. O diretor até já foi acusado de sádico. Soube que quando da exibição desse filme numa mostra internacional, várias pessoas riram nos momentos finais, como se estivessem vendo uma demonstração de sadismo. Eu não vejo dessa maneira. Pra mim, o filme é narrado com bastante seriedade. A bela música barroca de Antonio Vivaldi contribui para isso. Lembrando que em OLDBOY, Park havia usado trechos de "As Quatro Estações", de Vivaldi.

Quero ver outros filmes de Park, longe dessa temática da vingança para ver se o seu estilo muda. Parece que ZONA DE RISCO (2000), lançado recentemente em DVD no Brasil, é bem diferente. Ouvi dizer que o filme lembra até John Woo.

Filme visto em divx. A qualidade da cópia está tão boa (dois arquivos de cerca de 700 Mb) que eu não acredito que o DVD nacional - se um dia vier - será tão bom.

P.S.: Tem Coluna nova no Cinema com Rapadura. Dessa vez, eu roubei um pouco a idéia do Milton e falei sobre minha experiência com o VHS. Valeu, Milton! :)

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