quarta-feira, setembro 24, 2014
LIVRAI-NOS DO MAL (Deliver Us from Evil)
Ao que parece o crossover de gêneros funciona no cinema de Scott Derrickson. Se em A ENTIDADE (2012) o resultado ficou aquém do desejado, LIVRAI-NOS DO MAL (2014) segue os passos do aclamado O EXORCISMO DE EMILY ROSE (2005). No filme sobre a jovem possuída, havia uma junção entre horror e drama de tribunal. Desta vez, o que temos é um misto de policial com filme de horror. O resultado é positivo, ainda que o início e o trabalho de montagem sejam um tanto capengas.
O filme melhora bastante com a entrada em cena, pra valer, do personagem de Édgar Ramírez (de CARLOS, de Olivier Assayas), um padre que se especializou em exorcismos, casos considerados como loucura pelos médicos, mas vistos com outra ótica por ele. Mas até chegarmos a seu personagem, acompanhamos a rotina de trabalho do policial Ralph Sarchie (Eric Bana), que numa só semana presencia casos bem estranhos.
O ponto alto do começo é a cena do zoológico. No local, uma mulher babando e recitando trechos de uma canção do The Doors, havia acabado de jogar o seu bebê no fosso dos animais selvagens. LIVRAI-NOS DO MAL aproveita muito a escuridão para provocar medo e tensão no espectador. E a tal cena no zoológico é apenas um aperitivo para o que ainda viria, mas já funciona bem para mostrar que o filme tem os seus méritos.
Como é comum em filmes de horror, tanto que já podemos incluir nos clichês do gênero, há a figura da pessoa que é cética que contrasta com aquela que acredita. Casos, respectivamente, do detetive Sarchie e do padre Mendonza. O primeiro encontro dos dois já dita esse tipo de relação, que mudará, à medida que Sarchie for se deparando mais e mais com casos escabrosos, como o fato de que a luz elétrica para de funcionar nos lugares em que a entidade maligna passou.
Sarchie tem um dom: ele sabe como chegar a um local do crime. Tem, como os colegas de trabalho dizem, uma espécie de radar. Radar é seu apelido. Mais à frente vai descobrir que isso e os casos envolvendo possessão diabólica que ele testemunhará têm importante relação.
O filme começa a ficar mais assustador quando o mal chega à casa de Sarchie. E mais perturbador quando os dois marines vivos que retornaram perturbados de uma missão no Iraque, mas agora endemoniados, começam a ameaçar sua vida e de sua família. A entrada em cena do padre serve para esclarecer o que está acontecendo e tem um papel fundamental na intensa e impressionante sequência de exorcismo. Até chegar lá, porém, o herói vivido por Eric Bana passa por uma espécie de via-crúcis.
LIVRAI-NOS DO MAL é um filme declaradamente cristão. Católico, principalmente. É preciso negar a Satanás e às suas obras para não cair. Não é muito diferente da grande maioria dos filmes de horror que envolvem demônios e principalmente que envolvem exorcismo. Uma coisa que pode depor contra o filme é envolver a banda The Doors como portadora de mensagens satânicas ou coisa parecida. Vai ver cansaram de usar os Rolling Stones como mensageiros do diabo.
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