quarta-feira, julho 16, 2014

ORPHAN BLACK – SEGUNDA TEMPORADA (Orphan Black – Season Two)



Curioso como uma série que parecia não ter mais fôlego para se sustentar dignamente como 24 HORAS conseguiu fazê-lo com louvor, enquanto uma série que começou muito bem sua primeira temporada, como ORPHAN BLACK, em seu segundo ano (2014) se perde em subtramas bobas e que parecem não levar a lugar nenhum e no aparecimento de novos e fracos personagens. Tudo isso só serve para passar a impressão de que querem mesmo é enrolar o espectador até onde der.

Nada contra séries abertas (não sei com certeza se é o caso de ORPHAN BLACK), mas há sempre o perigo de se perder, especialmente quando o formato pede uma conclusão. É preciso ter roteiristas muito hábeis para manter o interesse do espectador nesse labirinto de tramas envolvendo laboratórios de criação de clones.

Além do mais, se Tatiana Maslany continua merecendo o Emmy e o Globo de Ouro por sua interpretação de várias clones (e, no entanto, ela foi sequer indicada ao Emmy 2014), a série em si perdeu em qualidade de dramaturgia e texto, até mesmo para os padrões a que se pretendia. Além do mais, por mais que personagens ótimas como Sarah, Cosima e Alison sejam ótimas, quase perfeitas em sua criação, a perturbada Helena e a maquiavélica Rachel são superficiais e irritantes, servindo para ampliar o leque de personagens de Tatiana, mas também para diminuir o espaço dos demais, inclusive aqueles não interpretados pela talentosa atriz.

A trama em si evolui de maneira pouco animadora, com a continuação da fuga de Sarah e de sua filha dos vilões, da tentativa de Alison de se livrar do marido espião e do drama da doença terminal de Cosima. Quando os episódios trabalham apenas com este trio se saem muito melhor do que quando tentam ampliar o universo e não conseguem extrair metade da excitação gerada em toda a primeira temporada.

Trata-se de uma série que não tem tanto interesse em aprofundar de maneira filosófica a questão dos clones, mas apenas servir de entretenimento e passatempo para o espectador. Isso é pouco nos dias de hoje. E até para se fazer isso é preciso caprichar. Não importa se há um elenco de apoio muito bom, como Jordan Gavaris fazendo o irmão gay de Sarah, Matt Frewer como o Dr. Leekie, ou a adorável Evelyn Brochu (protagonista do drama INCH'ALLAH, de Anaïs Barbeau-Lavalette), como a namorada de Cosima. Tudo isso fica sem muita importância diante de uma série superficial e que se perdeu pelo caminho. ORPHAN BLACK foi renovada para a terceira temporada, mas eu paro por aqui.

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