segunda-feira, fevereiro 20, 2012
A DAMA DE FERRO (The Iron Lady)
O cinema é uma porta aberta para inúmeras opções. Entre elas, a possibilidade de se contar a História de uma país. No Brasil, temos poucos exemplos, e raramente bem sucedidos. Os Estados Unidos, a Inglaterra, a França e a Itália, como as grandes potências cinematográficas do Ocidente, têm essa vantagem de possuír um aparato para apresentar, ainda que nem sempre fiel aos fatos, momentos históricos importantes e figuras históricas marcantes. Como é o caso de Margaret Thatcher. Conhecida como a "Dama de Ferro", ela foi a primeira e única mulher a chegar ao cargo de Primeiro Ministro do Reino Unido, durante o período de 1979-1990.
Em A DAMA DE FERRO (2011), o grande chamariz é, na verdade, a interpretação de Meryl Streep. Que está muito bem no papel. Ela raramente está mal e é uma instituição do cinema americano. Sua interpretação de Thatcher é primorosa. E nem mesmo o uso do látex para mostrar a personagem velha chega a atrapalhar, como aconteceu em J. EDGAR, de Clint Eastwood. Em A DAMA DE FERRO o trabalho de maquiagem está muito melhor.
O problema é que o filme é quadradão, tem um ritmo bem moroso e com poucos momentos que se possa dizer que sejam brilhantes. Talvez o começo da carreira de Thatcher no ministério seja um dos momentos mais memoráveis, com a câmera mostrando os vários pés das pessoas entrando no parlamento. Só se vê um único pé feminino: o dela. A dificuldade de se impor diante de uma ditadura de homens na política foi um de seus grandes obstáculos, mas ela conseguiu driblar esse problema com inteligência e força, por mais que isso tenha lhe custado parte de sua sanidade.
Pena que nem todas as decisões que ela tomava eram das mais acertadas. Assim, a Inglaterra viveu um dos momentos mais cheios de lutas entre a população revoltada com suas medidas e a polícia nas ruas. De certa forma, o filme até pode causar a má impressão de que mulher na política raramente dá certo. Mas concordar com isto seria como se eu estivesse quase comprando briga não só com as feministas, mas com as mulheres em geral, tão mais independentes hoje em dia. A propósito, não concordo com essa ideia. Quanto ao filme, a sua única vantagem é o seu aspecto didático, de nos apresentar a eventos históricos importantes. Fora isso, é um trabalho bem medíocre e difícil de engolir dentro de sua duração.
A DAMA DE FERRO recebeu duas indicações ao Oscar, nas categorias de atriz e maquiagem.
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