sábado, outubro 30, 2010

PIRANHA 3D / PIRANHA



O que dizer de PIRANHA 3D (2010), de Alexandre Aja? Que é bem divertido, mas que também é esquecível e raso? Posso adiantar que o 3D do filme é bem picareta. Fica claro, depois de ter visto a ótima produção RESIDENT EVIL 4: RECOMEÇO, feito com a tecnologia de James Cameron e não convertido para capitalizar nas bilheterias, como parece ser a grande maioria. Sinceramente, não lembro de nenhuma cena de destaque do tridimensional no filme. Mas também não incomoda. A opção pela diversão pura e simples ajuda a tornar o novo PIRANHA num passatempo dos mais divertidos.

O filme já começa com uma espécie de homenagem a TUBARÃO, de Steven Spielberg. Richard Dreyfuss está pescando quando, com um pequeno mas danoso ato contra a natureza, acaba trazendo de volta piranhas pré-históricas e bem violentas. A cena do redemoinho é bem interessante e uma bela maneira de abrir o filme. No PIRANHA de Aja os peixinhos feiosos não são feitos a partir de experiências científicas como no exemplar de Joe Dante, de 1978. Ele preferiu simplificar. Afinal, isso pouco importa.

O que importa é que ver PIRANHA de Aja é uma das raras oportunidades que temos de ver um autêntico “bezão” (claro que feito com milhões de dólares, mas ainda assim um “bezão”), um exploitation que não esconde o fato de que quer mostrar um monte de mulheres com os peitos de fora e dezenas de cenas de violência gráfica, graças aos efeitos de maquiagem de Gregory Nicotero e mais dezenas de profissionais encarregados dos efeitos visuais de última geração.

A trama é bem simples: jovem, sem que a mãe saiba, deixa seus dois irmãos pequenos em casa para ajudar um diretor desses programas da madrugada que tentam explorar a diversão do ponto de vista sexual, mostrando os hormônios em ebulição da juventude em festas regadas a muito álcool e sexo. No caso, o filme se passa numa colônia de férias onde jovens de várias partes dos Estados Unidos vão passar o verão. Os programas exploram a nudez das moças, fazem brincadeiras como a da camiseta molhada (participação pequena de Eli Roth). Enfim, quem já viu um desses programas exibidos na madrugada no canal E! Entertainment Television deve saber do que estou falando.

Como o tempo passa e a gente não vê, Elisabeth Shue agora é mãe do adolescente protagonista do filme e uma policial da cidade, deixando a tarefa de tirar a roupa e fazer cenas mais picantes com as mais jovens. Destaque para a cena das duas moças fazendo uma espécie de balé submarino nuas, num dos momentos mais bonitos do filme. Aliás, interessante o fato de Aja equilibrar o belo e ao mesmo tempo grotesco da sociedade americana, com a violência e as sequências de membros decepados e outros horrores efetuados pelas piranhas. Humor negro não falta, como na memorável cena do pênis. No mais, diferente de PIRANHA de Joe Dante, estamos pouco nos lixando para os personagens desse novo filme. Mas nada que estrague a diversão.

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