quinta-feira, outubro 07, 2010

BENEATH THE VALLEY OF THE ULTRA-VIXENS



Tenho pouco contato com a obra de Russ Meyer, mas isso não quer dizer que não tenho interesse pelos seus filmes. Afinal, sexploitations são quase sempre atraentes. Os únicos filmes de Meyer que vi foram FASTER, PUSSYCAT! KILL! KILL! (1965), talvez a sua obra-prima, e DE VOLTA AO VALE DAS BONECAS (1970), lançado no Brasil em dvd duplo pela Fox e provavelmente a sua única produção classe A. Meyer sempre foi um diretor de bordas e que deve se sentir mesmo mais à vontade em produções de baixo orçamento, como este BENEATH THE VALLEY OF THE ULTRA-VIXENS (1979), seu último trabalho, tangenciando o pornográfico. Uma evolução para um diretor que começou a carreira fazendo comédias sobre nudismo - THE IMORAL MR. TEAS (1959) - e fez um famoso mockumentary chamado MONDO TOPLESS (1966), que eu bem que gostaria de ver.

Desnecessário dizer que ele é um fã de mulheres de peitos enormes. E em BEANEATH THE VALLEY... nota-se que ele nem sempre faz questão que essas mulheres sejam bonitas, caso da mulher negra e de aspecto gigantesco, que é motivo de fuga do protagonista, sempre que ela o "convida" para entrar em seu quarto. O protagonista, no início do filme, enquanto trabalha em casa, sua mulher (Kitten Natividad) espera na cama, morrendo de tesão. Quando finalmente ele resolve fazer sexo, quer partir logo para a variedade anal. O que deixa a mulher indignada, chamando-o de pervertido. O que é uma ironia, pois, insaciável que é, ela costuma traí-lo com frequência, fazendo sexo com outros homens em barcos, carros e até em sua própria casa.

Bonita mesmo é a atendente do consultório do dentista, que é ao mesmo tempo analista, mas que não é nada disso, mas um tarado gay que dá em cima do protagonista. Na cena de sexo entre as duas mulheres é usado um daqueles pênis de borracha com duas cabeças, já visto em vários pornôs para satisfazer duas mulheres ao mesmo tempo e servir de fetiche para os tarados de plantão.

Com esse filme, que em alguns momentos até lembra desenhos animados, dado seu tom cartunesco, Meyer tira sarro, não só do american way of life, mas também da hipocrisia religiosa dos americanos, ao mostrar uma radialista evangélica peituda e com trajes transparentes, completamente tarada, dizendo mensagens de duplo sentido. E quando digo "peituda", me refiro às peitudas "originais", não às siliconadas dos dias atuais. Inclusive, existe essa tradição de os americanos gostarem de peitões, enquanto que os brasileiros preferem as mulheres de bundonas e peitos menores. Mas essa preferência hoje em dia tem mudado, tanto para americanos quanto para brasileiros, com a facilidade que se tem de se modificar o corpo através de cirurgias plásticas.

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