sábado, março 27, 2010
HALLOWEEN II
Os primeiros 25 minutos estão entre os mais impressionantes do cinema de horror contemporâneo, mostrando uma noite de chuva intensa como pano de fundo para o ataque sangrento de Michael Myers, um dos psicopatas mais famosos da história do cinema. Se todo o filme seguisse o mesmo grau de excelência, HALLOWEEN II (2009) seria um clássico instantâneo. Mas como Rob Zombie tem a tarefa de também contar uma história, logo o filme volta a ficar próximo do normal, ainda que seja uma obra bastante pessoal, lembrando os primeiros filmes do diretor – A CASA DOS 1.000 CORPOS (2003) e REJEITADOS PELO DIABO (2005).
HALLOWEEN (2007), o filme que deu início ao reboot da franquia do assassino, havia sido interessante enquanto mostrava a infância de Michael Myers. Depois, se tornaria mais um slasher como outro qualquer. Nesta segunda parte, ainda que preso a um personagem criado por outra pessoa, Zombie faz uma obra ainda mais autoral. O que não deixa de ser uma surpresa para um filme que narra basicamente os ataques do assassino a suas vítimas e o desespero da irmã de Myers e seu pai adotivo ao saber que ele está novamente à solta.
A trama propriamente dita começa dois anos após os eventos mostrados no primeiro filme, poucos dias antes do próximo Halloween. A irmã de Myers, Angel, é a protagonista. Quem também retorna em papel de destaque é o psiquiatra que conheceu a fundo o psicopata, interpretado por Malcolm McDowell. Ele acabou de escrever um livro e está lançando no dia de Halloween para ganhar dinheiro em cima das atrocidades.
Há um curioso anacronismo. Ao mesmo tempo em que os televisores são antigos e passam programação da década de 70, na sequência em que vemos a casa do psiquiatra, há um televisor gigante de LCD – ou algo parecido. Esse recurso de deslocamento temporal que nos deixa confusos também podia ser sentido nos dois primeiros filmes de Zombie. Até mesmo a fotografia lembra a de alguns exemplares do horror rural americano do período. E um personagem-chave de A CASA DOS 1.000 CORPOS aparece na sequência da festa à fantasia.
Felizmente a cópia a chegar aos cinemas brasileiros não sofreu os cortes que ocorreram quando da exibição do primeiro filme. A violência brutal de Michael Myers está presente dessa vez de forma integral.
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