terça-feira, abril 14, 2009

VELOZES E FURIOSOS 4 (Fast & Furious)























"Novos modelos. Peças originais." Essa é uma das melhores taglines de um filme que eu vejo há muito tempo. E como eu aprendi com o tempo a gostar da turma que fez o primeiro VELOZES E FURIOSOS (2001), mesmo não tendo gostado exatamente do filme, achei que a volta dos quatro astros do primeiro título da franquia ajudaria a dar um gás à desgastada série. De 2001 pra cá, nem todos da turma foram bem sucedidos em suas carreiras. Jordana Brewster, apesar da beleza, não fez muitos filmes expressivos ou importantes; já Michelle Rodriguez teve mais visibilidade: participou da segunda temporada de LOST, ganhou fama de bad girl e ainda vai fazer parte do já lendário AVATAR, de James Cameron; Vin Diesel foi o que mais ganhou status de estrela, mas a maioria dos seus projetos naufragou, ainda que tenha tido a sorte de estar num filme modesto de Sidney Lumet; e Paul Walker, apesar de não ser nada carismático, foi o que teve melhor sorte, tendo trabalhado até com Clint Eastwood nesse intervalo de tempo. Ele tinha saltado fora da franquia em VELOZES & FURIOSOS 5 – DESAFIO EM TÓQUIO (2006), mas foi justamente o diretor desse terceiro filme que assumiu a direção de VELOZES E FURIOSOS 4 (2009). Justin Lin, o diretor, diz ter feito uma exigência: só voltaria à franquia se conseguisse reunir o elenco original.

Uma vez reunidos, bastaria um bom roteiro e um bom diretor, especialmente para as cenas de ação, já que é o que mais importa. Se bem que boa parte do interesse conquistado pela série se deve à boa química dos citados astros no primeiro filme. Por isso inventou-se uma história razoável, uma trama de vingança que envolve a morte de um personagem importante. Pena que o diretor taiwanês tenha se mostrado tão fraco e não desperte no espectador nenhum sentimento de revolta pelo ocorrido, interesse pelos personagens ou pelo menos empolgação nas cenas de ação. A franquia continua sendo mesmo mais interessante para os aficionados pelo universo dos carros envenenados, que também inclui garotas em trajes minúsculos e música hip-hop ou latina. Quanto às cenas de ação, apesar de elas não serem tão bem filmadas - especialmente as que incluem corrida de automóveis, que têm os velhos problemas de edição -, pelo menos a sequência inicial, que mostra uma aventura na estrada do casal de foras-da-lei vividos por Vin Diesel e Michelle Rodriguez, tem cara de filme de ação pré-computação gráfica. Dá pra sentir o peso daqueles caminhões.

Sorte que para ver esse quarto filme não é necessário ver os dois anteriores, já que tudo gira em torno do primeiro, da relação entre o policial infiltrado vivido por Paul Walker e a turma de Vin Diesel, que inclui sua irmã e sua namorada. A relação de respeito que se formou entre os dois rapazes bem como o relacionamento com as duas meninas bem que podia ser melhor explorado, mas os poucos diálogos que tratam disso são muito ruins, alguns deles até didáticos. Mas se os diálogos são didáticos, as cenas de ação são incluídas na marra, sem a menor preocupação com amarras no roteiro, já que o objetivo final é mostrar tudo como se fosse um videogame. Não é de admirar que o filme tenha convidado um espectador ao sono: um senhor sentado numa fileira atrás de mim estava dormindo e roncando tão alto que o povo já estava rindo.

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