quarta-feira, outubro 29, 2008
MORTE SÚBITA (Rogue)
A Austrália representa hoje – principalmente no que se refere às regiões menos populosas da enorme ilha - o que os Estados Unidos eram no passado: um lugar selvagem e perigoso, mesmo com praticamente todos os aborígenes tendo sido exterminados. E Mclean soube aproveitar isso, tanto em seu primeiro sucesso - WOLF CREEK - VIAGEM AO INFERNO (2005) – quanto neste novo trabalho, que no Brasil foi batizado de MORTE SÚBITA (2007), título que já havia sido usado para um filme estrelado pelo Van Damme. Mas isso não importa, o que importa é que o filme é uma beleza. Surpreendente. Dizer que é o melhor filme de crocodilo gigante jamais feito é só um palpite forte, já que a maioria dos filmes de crocodilos e jacarés gigantes são, digamos, de procedência duvidosa ou que sofrem de fortes restrições orçamentárias.
E só não comparo o enorme crocodilo gigante e o seu covil com cenas de O HOSPEDEIRO porque provavelmente eu estaria exagerando. Mas digamos que o filme sul-coreano pode ter inspirado MORTE SÚBITA. O fato é que muito da culpa da proliferação desses filmes de animais ferozes se deve ao sucesso de TUBARÃO. E no final dos anos 70 e início dos 80 houve uma avalanche de filmes B que tentaram faturar em cima do sucesso do filme de Spielberg.
Radha Mitchell, grande atriz que é, demonstra ter gostado de trabalhar em filme de horror depois de ter brilhado no excelente TERROR EM SILENT HILL e mais uma vez ajuda a valorizar o gênero nessa co-produção EUA-Austrália, assinada por Mclean. Se o filme não deixa o espectador com o sangue gelado como em WOLF CREEK, ele possui qualidades que até superam o trabalho anterior do diretor.
Em MORTE SÚBITA, Michael Vartan (da série ALIAS) é um escritor de artigos sobre turismo que perde sua mala no aeroporto de uma cidade da Austrália e que se junta a um grupo de outros turistas dentro de um barco, cuja capitã é Radha Mitchell. O principal atrativo do passeio para os turistas são os crocodilos, que conseguem nadar a uma velocidade espantosa e têm um bote mais rápido ainda. O passeio vai bem até o momento em que um dos turistas vê uma luz, provavelmente, um sinalizador. Eles resolvem ir até lá, um território que não faz parte do itinerário e o barco é atacado pelo crocodilo gigante, ficando todos os passageiros presos numa ilhota prestes a ser coberta pela maré. Não é preciso dizer que isso é só o começo do terror e do desespero que o monstro gigante vai trazer. Falar mais é estragar as boas surpresas que esse filme vai proporcionar. Só complemento que, diferente de O HOSPEDEIRO, que entrega o visual do monstro logo em uma de suas primeiras cenas, MORTE SÚBITA segue a cartilha de Spielberg (TUBARÃO, JURASSIC PARK), demorando um bom tempo para mostrar o bichão, o que eu achei uma decisão acertada.
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