quarta-feira, abril 11, 2007

DIAS DE GLÓRIA (Indigènes)



Não ando muito bem de saúde ultimamente. Ando sentindo umas coisas estranhas, que eu nem mesmo sei explicar. Na verdade, acho que eu não quero explicar pois se fosse falar de todos os meus problemas de saúde esse blog iria mudar de nome: iria se chamar "Diário de um Hipocondríaco" ou "Diário de um Homem Doente", mesmo. Aproveitando que estou em casa - e devo ficar até o final da semana pra descansar - falemos de mais um filme pra não deixar isso aqui parado. O filme em questão é DIAS DE GLÓRIA (2006), um drama de guerra falado em francês e que tem quatro países como investidores - França, Marrocos, Argélia e Bélgica. O filme foi escolhido como representante da Argélia para concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro desse ano. E falando em premiação, os cinco atores principais do filme levaram um prêmio conjunto de interpretação masculina no Festival de Cannes do ano passado.

Acho que eu não gostei muito do filme porque eu não me identifiquei com os personagens nem me importei se eles iriam morrer na guerra. Sem querer desprezar o trabalho do diretor franco-argelino Rachid Bouchareb, acredito que importar-se com os personagens é importante quando se trata de um filme convencional, sem uma direção poderosa como num filme de Terrence Malick ou Brian De Palma. Desse modo, eu assisti a DIAS DE GLÓRIA olhando diversas vezes para o relógio, sinal de que o filme não me "pegou". O que eu mais gostei foi do clímax, onde poucos sobreviventes desse grupo tentam defender um território até a morte. Pena que nessa hora eu já estava um pouco cansado.

Mesmo assim, trata-se de um filme interessante, principalmente por mostrar a participação dos estrangeiros, daqueles cujos países foram colonizados e explorados pela França, na luta contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial, em 1943. Alguns desses homens foram para a guerra por não encontrar nenhuma outra expectativa de vida melhor em seus países. Um deles, apesar de ser deficiente físico, ainda assim foi aceito no exército, coisa que até agora eu não me conformo. A maioria desses homens eram sequer alfabetizados e havia o caso do cabo Abd el-Kader, que procurava negar a sua origem africana. Assim como CACHÉ, DIAS DE GLÓRIA é importante por ser mais um filme a tocar o dedo na ferida da França, que até hoje deve muito aos países que colonizou.

P.S.: Um dos atores, Samy Naceri (segundo da esquerda para a direita, na foto), eu achei a cara de um amigo meu, o Murilo, também conhecido como "muro pequeno". Não sei se ele vai concordar. :)

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