Nos anos 60, grandes atrizes do passado que estavam em decadência encontraram no cinema de horror uma bela maneira de entrarem com elegância nessa fase decadente. Bette Davis foi a principal dessas estrelas e o principal culpado disso foi Robert Aldrich, que a convidou para estrelar o clássico O QUE TERÁ ACONTECIDO A BABY JANE? (1962). O filme fez tanto sucesso que a veterana atriz passou a se dedicar a esse gênero meio que marginal, mas que já havia alcançado certo prestígio graças ao sucesso fenomenal de PSICOSE, de Hitchcock.
Nos anos 80, Bette já estava, naturalmente, bastante velhinha e debilitada. Em 1983, ela já havia sobrevivido a um câncer nos seios, a uma mastectomia e a um derrame. Sua aparência decrépita pode ser notada no último filme de sua vida, a comédia A MADRASTA (1989), de Larry Cohen. Conta-se que ela abandonou as filmagens depois de ter visto a si mesma nas filmagens. Abaixo, dois filmes da fase decadente de nossa querida Bette Davis.
MISTÉRIO NO BOSQUE / OLHOS NA FLORESTA (The Watcher in the Woods)
Antes desse filme, Bette já havia trabalhado com John Hough em DE VOLTA À MONTANHA ENFEITIÇADA (1978). MISTÉRIO NO BOSQUE (1980) foi o primeiro filme de terror produzido pela Disney. E como a Disney é uma companhia mais dedicada ao público infantil, é natural que o filme não exagere nos sustos. Apesar disso, John Hough consegue criar uma atmosfera de mistério das mais interessantes. Só os efeitos especiais que ficaram um pouco defasados e chegam a incomodar um pouco. Na trama, família aluga uma casa afastada da cidade e próxima a um bosque. Bette Davis interpreta a proprietária da casa que não recebe com bons olhos os novos visitantes. As duas meninas da família passam a ver coisas e ouvir vozes. A mais velha das meninas procura desvendar o desaparecimento de uma garota ocorrido há trinta anos. MISTÉRIO NO BOSQUE foi o título que o filme recebeu quando exibido nos cinemas brasileiros; OLHOS NA FLORETA é o título da fita da Abril Vídeo.
Gravado da FOX.
A MADRASTA (Wicked Stepmother)
Essa divertida comédia dirigida por Larry Cohen só conta com a participação de Bette Davis no começo. O roteiro teve de ser reescrito depois da desistência da atriz. Aí é que entra em cena a figura da bruxa jovem, interpretada por Bárbara Carrera. A MADRASTA começa muito bem, mostrando um detetive de polícia à procura de uma bruxa que enfeitiça viúvos para dar um golpe. O filme torna-se problemático com a saída de Bette Davis. Eu, que só fui saber de detalhes dos bastidores depois de ter visto o filme, já suspeitava que alguma coisa estranha havia acontecido. Nos EUA, o filme foi boicotado pela própria MGM, que resolveu lançá-lo apenas no mercado de vídeo. Aqui no Brasil, nem isso. Mas quem costuma ficar de olho na programação da madrugada na tv, pode dar de cara com o filme.
Gravado da Globo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário