A VIAGEM DE CHIHIRO (Sen to Chihiro no kamikakushi)
Finalmente estreou o multiplex aqui de Fortaleza. Com isso, a quantidade de filmes despejados nas sextas-feiras tende a aumentar. Conseqüentemente, a possibilidade de você sair do cinema satisfeito com um filme de qualidade é bem maior. A notícia ruim é que é tudo tão caro... Estou na secura pra ver LONGE DO PARAÍSO (Todd Haines), A PROMESSA (Sean Penn) e EXTERMÍNIO (Danny Boyle) e a grana acabou. Tomara que ainda estejam em cartaz no próximo fim de semana pra eu poder conferir. Os outros que entraram em cartaz (CONTRA O TEMPO, O AGENTE TEEN, A CASA CAIU) não faço questão de ver, não.
A VIAGEM DE CHIHIRO (infelizmente em cópia dublada) é mais uma maravilha do mestre Hayao Miyazaki. Os traços dos desenhos, o som, o clima psicodélico estilo ALICE IN WONDERLAND, o universo totalmente novo, tudo deixa a gente de boca aberta. Como o primeiro Miyazaki a gente nunca esquece, ainda tenho dúvida qual o melhor filme dos três que vi dele. LAPUTA: O CASTELO NO CÉU (1986), PRINCESA MONONOKE (1997) ou esse último de 2001. Esse, com certeza, foi o mais badalado. Ganhou o Urso de Ouro em Berlim, fato inédito para um desenho animado, que nunca ganhou prêmio principal nesse tipo de festival.
O grande barato dos filmes de Miyazaki - pelo menos os que eu pude ver - é que ele traz universos totalmente diferentes do nosso. Libera a nossa imaginação e faz a gente ter saudade dos tempo de criança. (Se bem que o universo de fantasia ainda continua sendo um vício pra mim.) Em LAPUTA, ele coloca um castelo nos céus (soube depois que isso é uma obsessão japonesa, tanto quanto robôs gigantes), uma garotinha que detém uma pedra que tem o poder da levitação e um grupo de piratas no céu. Você se esforça pra tentar entender o local e o tempo em que se passa o filme, mas depois você relaxa e vê que aquilo é outro mundo. MONONOKE também traz um universo novo: animais que falam, uma garota criada por lobos, um jovem em busca da cura de uma maldição de um demônio. Universos muito estranhos para nós, ocidentais.
CHIHIRO, diferente dos outros dois, traz um elo de ligação entre o nosso mundo e o mundo fantasioso e fantástico. A história se passa nos dias atuais e a menina se perde num lugar estranho, depois que seus pais se transformam em porcos por terem comido do manjar dos deuses. Essa história dos porcos me lembrou PINÓCHIO da Disney. (Lembro que ficava apavorado quando os garotos se transformavam em burros.) Assustadora a velha da cabeçona. Fico imaginando se as crianças de hoje ficam impressionadas com esse tipo de vilão/personagem. O filme ainda tem muita coisa estranha: um "deus fedido", um rapaz que se transforma em dragão, um velho de seis braços. O elo de ligação é a garota Chihiro. Há muito das tradições japonesas, do xintoísmo, de um senso de religiosidade diferente do ocidental. Mas isso é mais um ponto a favor do filme, principalmente se você está cansado das animações tradicionais da Disney e quer ver algo totalmente novo.
Qualquer dia desses comento NAUSICÃA (1984), já no ponto pra ver há algum tempo num cdzinho que o Benuel conseguiu pra mim. Parece que a febre dos animes mal começou.
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