sábado, julho 04, 2015

O EXTERMINADOR DO FUTURO – GÊNESIS (Terminator Genisys)



Cada vez mais Hollywood tem se especializado em criar diversões tão escapistas e divertidas quanto esquecíveis. A própria franquia O Exterminador do Futuro, embora tenha marcado gerações, com seus dois primeiros títulos dirigidos por James Cameron, no fundo não se levava muito a sério. E justamente o filme que mais se levou a sério da franquia é o mais esquecível e mais chato, O EXTERMINADOR DO FUTURO – A SALVAÇÃO (2009), de McG. Logo o McG, um cara que ganhou fama com dois filmes tão divertidos no currículo (os dois das Panteras).

Pois bem. Um dos méritos do novo O EXTERMINADOR DO FUTURO – GÊNESIS (2015) é não se levar a sério. Além do mais, é divertido brincar com a questão das viagens no tempo e no quanto isso altera os possíveis futuros, criando diversas linhas do tempo. Na época de O EXTERMINADOR DO FUTURO (1984), de James Cameron, não havia essa cultura, o público talvez não estivesse preparado para isso. Era tudo muito simples até.

E se a franquia estava mesmo uma bagunça (sem falar que depois apareceu uma série de televisão de duas temporadas e até livros), nada como ignorar pelo menos os dois anteriores da série e tentar fazer algo totalmente diferente. Afinal, com uma série que se estende por mais de 30 anos, é um saco ter que ficar lembrando de detalhes ou ter que ficar revendo os filmes para poder se preparar para a nova produção, embora seja isso mesmo que Hollywood queira de nós.

No comando de O EXTERMINADOR DO FUTURO – GÊNESIS está Alan Taylor, um homem mais famoso pelos ótimos episódios que dirigiu para GAME OF THRONES do que pelo fraco THOR – O MUNDO SOMBRIO (2013) para a Marvel. Sem falar que da série sangrenta e política da HBO ele trouxe consigo a bela Emilia Clarke, que é a melhor coisa do elenco. Sim, tem o Arnold Schwarzenegger, dono de um grande carisma, mas ele é mais o sujeito que surge de vez em quando para salvar os necessitados. A história gira, mais do que nunca, em torno de Sarah Connor (Clarke).

Emilia Clarke ajuda a compensar a falta de carisma de Jai Courtney, que vive Kyle Reese, o homem que volta ao ano de 1984 a fim de salvar Sarah de um exterminador enviado para matá-la, como vimos no filme de 1984. Reese foi enviado pelo líder da resistência humana contra as máquina e filho de Sarah, John Connor (Jason Clarke), em 2029.

Até aí não há nada diferente do primeiro filme. Inclusive, a chegada do primeiro exterminador e de Reese são recriadas de maneira bem criativa, só que dessa vez com algumas mudanças. Sarah não é mais uma donzela prestes a ser salva pelo herói do futuro, mas uma guerreira preparada para lutar contra os robôs e a ajudar o aguardado e atordoado Kyle Reese quando de sua chegada.

A partir daí o filme segue com várias cenas de ação pouco empolgantes, ainda que sirvam para entreter, e também na questão das viagens temporais e dos destinos supostamente marcados de Sarah e Kyle. Mas uma coisa eles não esperavam: a aparição do próprio John Connor na história. Mas não do jeito que gostariam.

No meio desse roteiro que privilegia esses personagens, o exterminador amigável vivido por um envelhecido Schwarzenegger às vezes é deixado de lado, ainda que roube a cena com seu jeitão todo particular e com o acumulado de experiência com humor que o “governator” teve ao longo de sua carreira, provando ser mais versátil do que se pensava. Só o fato de darem uma explicação plausível para seu envelhecimento já conta pontos a favor do filme.

Resta saber se este quinto título da franquia vai resistir ao tempo ou se se tornará tão esquecível quanto o terceiro e o quarto. Ao que parece, a intenção é fazer uma espécie de nova trilogia a partir dos acontecimentos deste novo filme. Antes disso, porém, Schwarzenegger tem mais duas continuações anunciadas: uma de IRMÃOS GÊMEOS e um terceiro filme com o herói bárbaro Conan.

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