terça-feira, março 22, 2005

ROBÔS (Robots)

 

No fim de semana que eu estava em Salvador, as estréias pouco interessantes de lá foram as mesmas daqui. As principais, mercadologicamente falando, foram ROBÔS e O CASAMENTO DE ROMEU E JULIETA. Entre os dois filmes, escolhi o que recebeu melhores críticas, mas depois fiquei me perguntando se não deveria ter escolhido o filme nacional, até pra prestigiar o cinema brasileiro, apesar da minha insatisfação em torno da dificuldade de ver os filmes brasileiros que mais me interessam. De qualquer forma, se der, ainda verei o longa do Bruno Barreto, mesmo não estando tão empolgado e com a falta de tempo e o excesso de trabalho me impossibilitando de ir mais vezes ao cinema. 

Uma coisa que eu achei absurda foi o preço do ingresso nos cinemas UCI de Salvador. No final de semana, o ingresso chega a custar R$ 16,00. Aqui, até semana passada era R$ 14,00. Será que aumentou também? Onde vamos parar desse jeito? Depois reclamam das pessoas que baixam filmes da internet. Por falar nisso, sabiam que agora existem dois modelos de DVD player que tocam divx? Além do já conhecido modelo da Philips (DVP642), agora tem o modelo da Pioneer (DV-578-Divx). Os dois são importados, mas com a baixa do dólar, eles estão com preços até acessíveis. 

Bom, mas eu estou enrolando, enrolando, e não falei ainda da nova animação do estúdio Blue Sky, o mesmo que produziu o divertido A ERA DO GELO (2002). Os diretores também são os mesmos: Chris Wedge e o brasileiro Carlos Saldanha. Ao contrário do que andam dizendo por aí, esse segundo filme deles não é melhor que A ERA DO GELO, que pra mim foi, além de muito engraçado, emocionante, de chorar até. Não que ROBÔS (2005) não seja bom. É um filme bem simpático, divertido, tecnicamente superior, mas fica muito a dever especialmente se você for ao cinema com as expectativas causadas pela maioria das críticas que estão pipocando por aí. Não vi nada de empolgante ou emocionante na história do robô Rodney Lataria. Até dá a impressão que os críticos repetem a opinião dos outros e assim cria-se a idéia de que tal filme é mesmo ótimo, como se fosse um fato. 

Mas eu sei que não tenho o mesmo gosto da maioria em se tratando dessas animações por computador. Afinal, eu sou um dos poucos que odiaram os dois SHREKs e não me interesso muito pra ver animações no cinema. Exceção, talvez, para OS INCRÍVEIS, que fui assistir com grandes expectativas. Mas isso deve ser coisa da idade mesmo. Devo estar me tornando um velho chato e ranzinza. 

Na história de ROBÔS, Rodney Lataria é um robô pobre, construído a partir de sobras de outros robôs. A história da mudança da lataria dele a cada ano que passa é uma das melhores sacadas do filme. Como ele tem aptidão para inventar coisas e não quer terminar como o pai, que trabalha como lavador de pratos num restaurante, ele vai para Robópolis, a fim de conhecer o Grande Soldador. Ao chegar nessa cidade grande, ele vê que as coisas por lá não andam boas para os robôs pobres. 

Os filmes da Blue Sky talvez não tenham a mesma qualidade técnica de suas concorrentes Pixar e Dreamworks, mas tem outras coisas a seu favor. Além da falta de vergonha de ser emotivo (diferente do cinismo de SHREK), poucas vezes tantos astros do cinema estiveram presentes como dubladores numa animação. Em ROBÔS, entre os nomes mais conhecidos, temos: Ewan McGregor, Robin Williams, Greg Kinnear, Stanley Tucci, Diane Wiest, Mel Brooks, Jim Broadbent, Halle Berry, Paul Giamatti, Drew Carey e James Earl Jones. Eu, pelo menos, nunca vi tanto ator conhecido junto em filme de animação. Quem mais se destaca é, claro, Robin Williams, no papel do desengonçado Manivela. Por isso, nem precisa dizer que é preferível ver o filme na versão legendada. Ou será que alguém quer ver o filme com a voz do Reynaldo Giannechinni? 

P.S.: Tem outro texto meu no Projeto 365. Dessa vez, O PALÁCIO DOS ANJOS, do saudoso Walter Hugo Khouri.

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