quinta-feira, novembro 13, 2003

DOIS MUSEUS DE CERA



Uma boa você alugar um DVD e nele estar contido dois filmes. É assim que acontece quando você aluga o disquinho de MUSEU DE CERA. No lado B do disco vem a primeira versão da história, o filme OS CRIMES DO MUSEU. Comento a seguir os dois filmes.

MUSEU DE CERA (House of Wax)

Dirigido por De André De Toth, MUSEU DE CERA (1953) é considerado um marco no cinema por ter sido rodado com efeitos 3-D. Acho que não foi o primeiro, mas pelo que eu li no IMDB, o filme é um dos mais festejados entre os que utilizaram esse efeito. Ironia do destino é que De Toth só tinha um olho e não pôde conferir os efeitos do próprio filme (li isso primeiro na Cine Monstro # 2). Ele era era diretor de westerns e de dramas urbanos de crime. Conversando com o Daniel The Walrus, ele me falou que De Toth foi uma das grandes influências para Martin Scorsese. Sendo assim, é um diretor que merece atenção.

Mas é Vincent Price, o maior ícone do cinema de horror americano, a grande atração desse filme. É só comparar com o mesmo personagem do filme de 1933 pra você notar a excelência da performance de Price. O filme, inclusive, achei melhor que as adaptações de Poe dirigidas por Corman e estreladas por Price. Seu personagem em certas horas lembra o Corcunda de Notre Dame, noutras lembra Jack, o Estripador. Talvez Sam Raimi tenha se inspirado nele para fazer o seu DARKMAN (1990) - há semelhanças entre os personagens.

Pena é o dvd não vir com os óculos e com o efeito 3-D.

OS CRIMES DO MUSEU (Mystery of the Wax Museum)

Não sei se porque eu vi esse depois da versão de De Toth, mas o fato é que eu o achei bem inferior. O filme não tem o charme de Price, o roteiro é cheio de problemas (coisa que De Toth tratou de acertar) e tirando as pernas de Fay Wray, o elenco não é tão interessante. Aliás, a Fay tinha mesmo sex appeal. E olha que o filme é dos anos 30, o colorido não é dos mais realistas e a noção de beleza que temos hoje em dia é um pouco diferente. Fay no mesmo ano (1933) ainda faria a obra-prima KING KONG.

Foi Michael Curtiz, diretor de CASABLANCA, quem dirigiu este OS CRIMES DO MUSEU. E só comprova que o cara não era lá tão bom assim. (Eu, pelo menos, sou um dos que acham CASABLACA um filme super-estimado.) O colorido do filme é bem esquisito. Não tenho muita informação sobre o Technicolor, sobre como era obtido a colorização nesse processo. Alguém sabe me explicar??

Nenhum comentário: