sábado, maio 28, 2016

BATES MOTEL – QUARTA TEMPORADA (Bates Motel – Season 4)



Depois de uma terceira temporada morna, os produtores e roteiristas de BATES MOTEL entregam uma quarta temporada (2016) muito mais interessante. Fecham algumas pontas soltas de tramas paralelas que não servem para muita coisa e se centram naquilo que é mais importante: o perturbado Norman (Freddie Highmore) e sua protetora mas temerosa mãe Norma (Vera Farmiga). O xerife Alex Romero (Nestor Carbonell), como também tem fundamental importância para este momento da trama, ganhou ainda mais destaque. Ainda bem que o ator tem carisma o suficiente para que a gente se afeiçoe ao personagem.

Outra coisa que contribuiu para o melhoramento da série foi o crescimento paulatino da performance de Freddie Highmore, que estava chegando a irritar nas temporadas anteriores com muita afetação e pouco impacto. Talvez por causa da necessidade de uma maior dramaticidade e da chegada de um momento tão esperado ao longo desses quatro anos de série, o ator tenha se agigantado neste quarto ano. Até então a série estava praticamente nas costas de Vera Farmiga.

Apesar de já sabermos que a história iria se encaminhar para algo trágico, no que se refere ao destino de determinada personagem, que até já podemos escancarar aqui, Norma Bates, custamos a acreditar que aquele final está de fato acontecendo. Mas, para o bem e para o mal, a história toma esse rumo. E o episódio final da temporada, chamado "Norman", é tão poderoso que poderia muito bem ser o fim da série.

Se desde o início a relação entre Norma e Norman já se manifestava em algo bem doentio, principalmente levando em consideração o estado mental de Norman, a acentuação do problema do rapaz e sua internação, bem como o atrito de Norman com o xerife Romero, que se casa com sua mãe, a mulher de sua vida, tudo isso contribui para que a panela de pressão estoure e se encaminhe para a tragédia anunciada desde o início da série.

O estado de negação de Norman diante da morte da mãe chega a ser comovente, ao mesmo tempo em que a série abraça o ato abominável que é mexer com um cadáver. Outra cena de grande destaque é a da briga de Norman com Romero durante o funeral da mãe. Esse tipo de comportamento perturbador em uma cerimônia dessas acaba rendendo sempre momentos de impacto. Basta lembrar a cena do enterro de Laura Palmer na primeira temporada de TWIN PEAKS. Deixando claro que não há a menor intenção em comparar qualitativamente as duas séries. Agora é esperar que eles não estraguem tudo na quinta e última temporada.

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