quarta-feira, abril 08, 2015

BETTER CALL SAUL – 1ª TEMPORADA (Better Call Saul – Season One)



É provável que nem mesmo os criadores soubessem o quanto daria certo este spin-off de BREAKING BAD (2008-2013), trazendo o advogado de roupas coloridas Saul Goodman (Bob Odenkirk) antes de se tornar famoso em Albuquerque como defensor das causas dos indefensáveis. Certamente, já havia uma boa expectativa quanto à recepção do público, mas o próprio público – e talvez os seus roteiristas também – não tinha ideia da ótima qualidade da produção.

BETTER CALL SAUL (2015) começa com a expressão triste de um envelhecido Saul Goodman relembrando o seu passado, quando ainda usava o seu verdadeiro nome, Jimmy McGill, e conseguiu o seu diploma de advogado por correspondência, em uma universidade de pouco prestígio, mas que não deixou de ser uma surpresa para muitos, inclusivo para o seu irmão Chuck (Michael McKean), um personagem interessante, que na maior parte do tempo se vê enclausurado em sua própria casa, com medo de qualquer objeto elétrico ou eletrônico e da própria luz do sol.

Quem também aparece e é muito bem-vindo na série é Mike Ehrmantraut (Jonathan Banks), o ex-policial que aprendemos a gostar em BREAKING BAD. Há um episódio especial dedicado ao Mike, quando sabemos os motivos pelos quais sua carreira foi por água abaixo e ele teve que passar a viver em subempregos ou aceitar trabalhos perigosos, até porque coragem não lhe faltava. O personagem Mike é muito querido por juntar dois aspectos opostos: a dureza do espírito e o lado amoroso e humano.

Mas a menina dos olhos de BETTER CALL SAUL (pelo menos pra mim) é mesmo a encantadora advogada Kim Wexler (Rhea Seehorn), amor platônico de Jimmy e que nutre por ele um carinho especial. As cenas envolvendo os dois são sempre cheias de tensão e dor escondidas sob uma tentativa de disfarçar os desejos e as frustrações.

E é de frustrações que Saul Goodman/Jimmy McGill vai sendo moldado ao longo desta primeira temporada. Experimentando um mundo em que ser honesto, na medida do possível, não lhe traz boas recompensas e traições são comuns, a queda para o “lado negro da força” já é esperada. Ainda assim, BETTER CALL SAUL não torna tão simples um possível maniqueísmo. Como o velho Mike diz em determinada cena: há bons e maus criminosos, assim como há bons e maus policiais. E é nesse estreito fio que Jimmy trafega ou é tentado a trafegar.

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